Não há evidência de que reforma trabalhista conseguirá gerar emprego, aponta OIT
Organização defende modernização das leis, mas diz que projeto do governo é "bem vago"
Economia|Do R7
![OIT defende que o governo deveria incluir “objetivos claros" na proposta](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/KDMBTFEMQNLZNEQQUTXQVCYCWM.jpg?auth=b768618864e737b1b14f4856b25cb4635816cbdb042f6788a0c9cfb35e25b149&width=394&height=600)
Não há evidências de que a reforma trabalhista em estudo no Brasil conseguirá gerar empregos. A avaliação é do diretor da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Peter Poschen. O dirigente criticou o discurso de que o País vai "modernizar" a legislação trabalhista, mas sem estabelecer um objetivo.
— Concordo em modernizar, mas parece que o objetivo é bem vago.
Em audiência conjunta da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e de CAS (Comissão Assuntos Sociais) do Senado, o diretor da entidade rebateu o discurso do governo federal de que a Reforma Trabalhista conseguirá melhorar as condições do mercado de trabalho.
— Sobre a compreensão dos impactos, essa afirmação de que a reforma vai gerar emprego tem pouca evidência.
Ele avalia ainda que a experiência internacional mostra que nem sempre a mudança na legislação consegue gerar empregos e o ciclo econômico costuma importante na criação de postos de trabalho.
O dirigente da OIT defendeu que o Brasil deveria "definir melhor e ter objetivos claros" para a Reforma Trabalhista. Poschen nota ainda que a experiência internacional indica que é importante contar com um bom diagnóstico e é preciso "coerência das políticas".
Poschen dá como exemplo o fato de o Brasil tocar a Reforma Trabalhista e a previdenciária ao mesmo tempo.
— A Reforma Trabalhista dialoga com a Reforma da Previdência. Se essa reforma trabalhista mudar o mercado de trabalho, a base de cálculo usada na Reforma da Previdência talvez tenha de ser revista.