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Por que o ovo de Páscoa é mais caro do que o chocolate em barra

Apesar do aumento do preço dos ovos, o chocolate em barra e os bombons também ficaram mais caros no último ano

Economia|Vinicius Primazzi, do R7*

Os consumidores têm procurado cada vez mais ovos de Páscoa caseiros e mais baratos
Os consumidores têm procurado cada vez mais ovos de Páscoa caseiros e mais baratos Os consumidores têm procurado cada vez mais ovos de Páscoa caseiros e mais baratos

A Páscoa, que acontece em 9 de abril, é marcada pela troca de ovos de chocolate. Porém, a tradição está sendo substituída por outras opções, e o preço do ovo é o principal fator dessa mudança.

São recorrentes imagens e comparativos que demonstram que o grama de chocolate em barra é mais barato do que o vendido em formato de ovo.

Segundo a professora de economia Nadja Heiderich, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, o consumidor tem perdido um pouco o interesse em ovos de Páscoa tradicionais há alguns anos, justamente devido à disparidade de preços.

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"Os consumidores estão buscando soluções mais baratas que vão desde barras e bombons de marcas conhecidas até opções de fabricação artesanal de ovos e bombons. Por esses itens terem menor valor agregado e menores custos de produção, naturalmente são uma opção mais em conta”, opina.

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O preço elevado do ovo de Páscoa pode ser explicado por diversos fatores que tornam o valor agregado do produto mais alto.

Custo elevado da produção

As empresas precisam contratar mais mão de obra para essa data específica e elevar a quantidade de produtos, porque eles não são produzidos durante o ano todo, mas apenas durante alguns meses antes da Páscoa.

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Outro fator que contribui para o custo mais elevado da produção são as embalagens, que, além de maiores, são mais robustas e mais caras. Enquanto a embalagem da barra é simples, a do ovo é feita de plástico mais duro e resistente, já que precisa conservar o formato do produto.

Logística de transporte e armazenamento

Os ovos de Páscoa necessitam de um armazenamento diferente do destinado ao chocolate comum, porque o seu formato faz com que ele se derreta mais rapidamente.

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Para isso, as empresas precisam guardá-los em refrigeradores mais potentes, que são mais caros e gastam mais energia elétrica.

Além disso, o formato do produto faz com que ele seja maior e mais frágil do que a barra comum, o que torna o transporte mais complicado e custoso. Além de maior proteção aos ovos, são necessárias mais viagens das fábricas aos pontos de venda para o escoamento de toda a produção.

Alta do dólar e inflação

Outros fatores econômicos contribuíram para os altos preços que estão sendo vistos neste ano. 

Nadja Heiderich explica que a pressão inflacionária sobre o preço do chocolate vem desde o início da pandemia, em 2020, e que o efeito ainda é sentido pelas marcas.

“Esse componente inflacionário não passou ainda, o que acaba impactando o setor. Além disso, tivemos uma alta considerável do dólar no ano passado, e isso pode ter impactado a compra de insumos importados”, explica a professora.

No IPCA, a inflação oficial do país, divulgado na sexta-feira (10), o preço do chocolate em barra e bombons apresentou alta de 11,63% nos últimos 12 meses, enquanto o do chocolate e do achocolatado em pó aumentou 20,39% no mesmo período.

Então, o impacto inflacionário não afeta somente os ovos, mas os chocolates em geral.

* Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas.

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