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Vilã da conta de luz mais cara, termelétrica cresce 600% em oito anos

Energia gerada pelas usinas termelétricas já cobre 20% do País

Economia|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília

Produção de energia com termelétrica custou R$ 23 bilhões em 2013
Produção de energia com termelétrica custou R$ 23 bilhões em 2013 Produção de energia com termelétrica custou R$ 23 bilhões em 2013

A conta de luz do brasileiro deve ficar mais cara em 2015, após o anúncio do governo de que vai dividir com o consumidor os gastos extras com o setor elétrico neste ano. Essas despesas a mais foram provocadas porque o Brasil depende, cada vez mais, das usinas termelétricas. Desde 2006, a geração dessa energia aumentou mais de 600% no País. O problema é que ela é mais cara e mais poluente.

O aumento no consumo de energia elétrica e o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do País — atualmente em 40% da capacidade — acenderam a luz amarela do sistema energético, que corre risco de racionamento.

Para que o abastecimento de energia não fique prejudicado, o governo costuma ligar as usinas termelétricas. Elas são uma espécie de reserva energética, porque produzem uma quantidade constante de energia durante o ano inteiro — ao contrário das hidrelétricas, que têm a produção dependente do nível das represas.

Desde 2006, quando a geração térmica começou a ser divulgada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), até 2014, a energia gerada por termelétricas em janeiro e fevereiro aumentou 662%.

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Nos primeiros dois meses de 2006, a geração de energia termelétrica foi de 2.575 Mwmed (megawatt médio). Já em fevereiro de 2014, a geração saltou para 19.624 Mwmed, batendo o recorde histórico para o mês (veja arte abaixo).

O problema é que essa produção é cara. As hidrelétricas geram o MWh de energia a R$ 30 em média, enquanto o custo nas termelétricas vai de R$ 150 a R$ 200 em média. Em alguns casos, pode custar acima de R$ 500.

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A energia gerada pelas termelétricas já corresponde a cerca de 20% da energia consumida no País. Segundo relatórios do ONS, enquanto a participação das hidrelétricas recuou de 91,2% para 79,2%, entre 2011 e 2013, a produção das térmicas cresceu de 8,4% para 19,8% no mesmo período.

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Meio ambiente

Em 2014, o País enfrenta outro grande período de estiagem nos meses em que deveria ser de reservatórios cheios. Em janeiro e fevereiro, choveu muito menos do que o previsto e do que o suficiente para equilibrar os tanques das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia produzida no País.

Mas um dos maiores problemas das usinas termelétricas é a grande contribuição que elas têm com o aquecimento global por meio do efeito estufa e de chuvas ácidas, já que queimam combustíveis fósseis para funcionar.

No caso das usinas termelétricas de Angra dos Reis, que usam como fonte de calor energia nuclear, além da poluição térmica, ainda existe o problema do lixo atômico.

A reportagem do R7 procurou o MME (Ministério de Minas e Energia) para comentar os dados, mas até o fechamento desta reportagem não recebeu retorno.

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