Desbocado, Ciro Gomes coleciona polêmicas e processos há décadas
Um dos episódios mais marcantes ocorreu em 2016, quando o ex-ministro petista bateu boca com manifestantes durante a madrugada em Fortaleza
Eleições 2018|Do R7
![Ciro tem fama por temperamento agressivo](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/GLUW2ABSPRK6TL7NMWEBV44K64.jpg?auth=c88479810438030d29e6a3ef4f139bcdf53266ce4b6c05f57a762b1021e94315&width=1500&height=983)
O ex-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) tentou passar um ar mais "zen" durante a campanha deste ano. Apesar disso, um pouco do temperamento explosivo do político foi visto em alguns momentos, como quando ele chamou de filho da p*** e empurrou um homem que lhe fez uma pergunta durante coletiva de imprensa em Roraima.
Apesar de adotar um tom menos agressivo ultimamente, Ciro se envolveu em diversas polêmicas e processos judiciais desde que começou a dar os primeiros passos para a disputa presidencial deste ano.
Em 2015, com a abertura do processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff, Ciro chamou o vice, Michel Temer (MDB), de "capitão do golpe".
Temer ingressou com ação exigindo indenização por danos morais. O político do PDT foi condenado a pagar R$ 30 mil, mas recorreu. O recurso tramita no Superior Tribunal de Justiça.
Ele voltou a atacar Temer na pré-campanha, afirmando que "gostaria que ele fosse candidato para ver o tamanho da repulsa que o povo brasileiro tem a um golpista salafrário, que é o que ele é".
Também neste ano, ele atacou outro desafeto, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB), preso em Curitiba. "Tu acha que um marginal como Eduardo Cunha me derrubaria?", questionou em referência ao processo que cassou o mandato de Dilma.
Ao assinar sua filiação ao PDT, em 2015, Ciro já havia dito que Cunha é "o maior vagabundo de todos". Ele também é processado pelo ex-deputado.
Na direção da Transnordestina, Ciro entregou apenas 81 km de ferrovias
Em 2016, criticou o então ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), mais um antigo desafeto político, ao dizer que ele era "a competência a serviço do mal e da entrega do Brasil aos interesses estrangeiros".
Mas as declarações agressivas de Ciro não se restrigiram apenas a políticos.
Um dos episódios de grande repercussão ocorreu em 2016, quando manifestantes pró-impeachment faziam um ato de madrugada na rua onde mora seu irmão, o ex-governador Cid Gomes, em Fortaleza. O bate boca foi gravado em vídeo.
Ciro foi até a calçada e enfrentou o grupo, com gritos e xingamentos. "Democracia é respeitar a casa alheia", falava enquanto andava de um lado para o outro da calçada apontando o dedo para alguns manifestantes.
"Seu frouxo, filho da p***, repetiu diversas vezes. Em determinado momento, um dos manifestantes questiona sobre a inocência de Lula, e Ciro responde: "Inocente nada, o Lula é um m***".
"Quando alguém é um m***, a gente representa na polícia, respeita o processo legal", completou dizendo que isso não era motivo para protestar em frente à casa dos outros.
Em relação ao episódio de Roraima, Ciro se justificou e disse que não tem "sangue de barata". "Eu falo palavrões, em legítima defesa", completou.
Em 2011, durante uma greve de policiais e bombeiros militares no Ceará, ele chamou os grevistas de "marginais fardados" e disse que estavam em "conchave com quadrilha de droga".
A Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará ingressou com ação contra ele por difamação e injúria. No entanto, não teve sucesso porque o Tribunal de Justiça entendeu que a declaração não foi contra uma pessoa específica, o que resultou no arquivamento do processo.
Quando foi ministro da Fazenda de Itamar Franco, em 1994, classificou como "otários" os consumidores que comprassem carro com ágio e de "ladrões" e "canalhas" os empresários que vendiam.
O pedetista acumula cerca de 80 processos judiciais, a grande maioria por crimes contra a honra, como injúria, calúnia e difamação, movidos por políticos.