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R7 Entrevista

Hitmaker: 'No trabalho, nós somos casados em comunhão de bens. Fazemos e assinamos tudo juntos'

O carioca Wallace Vianna e o fluminense Breder contam como formaram a dupla produtora dos maiores sucessos atuais do pop e do funk no Brasil e decidiram cantar as próprias composições

Entrevista|Eduardo Marini, do R7

Wallace (de casaco roxo) e Breder, a dupla Hitmaker: fábrica de sucessos musicais
Wallace (de casaco roxo) e Breder, a dupla Hitmaker: fábrica de sucessos musicais

Hitmaker significa aquele que produz muitos sucessos. Compositores e produtores musicais, o carioca Wallace Vianna, 35 anos, e o fluminense Breder, 30, foram precisos ao adotar esse termo em inglês para batizar a parceira de trabalho. Os dois fundaram a produtora Hitmaker, que assina os maiores sucessos da cena pop/funk brasileira na atualidade. Em 2021, com dezenas de sucessos consagrados na voz de vários artistas, eles decidiram cantar as próprias composições, e o barulho foi multiplicado.

Beijinho no Ombro, com Valesca Popozuda, foi o primeiro estouro assinado pela Hitmaker. Depois vieram, entre outros, Combatchy, de Anitta, hit na parada global do Spotify, Cheguei e Favela Chegou, com Ludmilla, Sapequinha e Só Depois do Carnaval, de Lexa, e todo o álbum Pandora, de Luísa Sonza.

A dupla tem músicas com artistas que combinam outros ritmos com o pop, entre eles Léo Santana e Gustavo Mioto. Cantando as próprias músicas, eles seguem a trilha em parcerias com vários artistas, entre eles Pocah, Marina Sena, Felipe Araújo, MC Don Juan e MC Hariel, que geraram hits como Bota o Colete, Rei do Gado, Casa com Ele e Deus Não Tem Preconceito.

Nesta conversa com o R7 ENTREVISTA, Wallace e Breder dão detalhes de sua trajetória, do encontro, da parceria, do trabalho na produtora e de seus gostos pessoais. Hit garantido. Acompanhe:


Cantei e escrevi pagode durante alguns anos. Com o tempo%2C a vida no subúrbio%2C adotei também o funk. Nesse período%2C faziam muito sucesso%2C no Rio e no Brasil%2C os bailes e músicas da equipe Furacão 2000%2C do DJ Marlboro. Ele foi o primeiro a tocar minha música e a me chamar para compor para a Furacão 2000

(WALLACE VIANNA)

Fale um pouco sobre a trajetória de vocês.

Wallace Vianna – A gente começou a música por caminhos diferentes até se cruzar. Sou de Piedade, na zona norte do Rio. Tenho 35 anos. Sou publicitário de formação. Como muitos garotos pobres do subúrbio, fui muito influenciado pelo pagode e pelo funk. Minha avó, falecida, era muito fã de música, particularmente do grupo Só pra Contrariar. Por causa dela, aprendi a tocar violão e a dedilhar as músicas do Alexandre Pires. Prometi a ela que iria me fortalecer na música e, após a sua morte, resolvi fazer disso a minha profissão. Venho ao longo da vida honrando essa promessa. Cantei e escrevi pagode durante alguns anos. Com o tempo, a vida no subúrbio, adotei também o funk. Nesse período, faziam muito sucesso, no Rio e no Brasil, os bailes e músicas da equipe Furacão 2000, do DJ Marlboro. Ele foi o primeiro a tocar minha música e a me chamar para compor para a Furacão 2000. Fui nessa de pagode, funk, pagode, funk, até que conheci o Breder, que produzia muita coisa, pela internet, quando já compunha para alguns artistas.


A gente se conheceu em 2016. Montamos a Hitmaker%2C a parceria%2C o estúdio%2C e nossas músicas passaram a fazer sucesso na voz de outros artistas. O Wallace e eu éramos compositores e produtores fazia alguns anos. Mas só começamos a cantar nossas próprias composições%2C lançar músicas%2C fazer clipes e shows no ano passado%2C em 2021%2C cinco anos após a formação da parceria

(BREDER)

Como foi o primeiro encontro?

Wallace – Foi em 2016. Houve uma história engraçada. Eu virei para ele e disse: "Escrevi essa música, mais essa, essa, essa e essas outras". Ele mandou: "Eu produzi essa, essa, essa, essa, e essas outras suas". Virei para ele e disse: "Bom, a gente já era casado e não sabia" [risos].


Breder – A gente se conheceu em 2016. Montamos a Hitmaker, a parceria, o estúdio, e nossas músicas passaram a fazer sucesso na voz de outros artistas. O Wallace era compositor e eu produtor fazia alguns anos. Mas só começamos a cantar nossas próprias composições, lançar músicas, fazer clipes e shows no ano passado, em 2021. Sou fluminense de Nova Friburgo, na Região Serrana do Estado do Rio. Tenho 30 anos. Sou engenheiro de formação. Cresci criando galinha, correndo na terra, montando cavalo. Meus pais eram músicos da noite. Com essa influência, aprendi a tocar alguns instrumentos. Comecei a produzir música ainda na adolescência, entre 16 e 17 anos, senti necessidade de viver em um lugar maior e me mudei para o Rio.

Qual foi o primeiro sucesso na voz de vocês?

Wallace – Felizmente foi logo no primeiro lançamento, Bota o Colete, com participação especial da Lexa. Depois veio Taradinha, com o Kevinho e a Lexa... A coisa foi caminhando até chegar, por exemplo, em Reverse, da Ana Castela, e outros recentes.

Breder  Temos muito prazer agora de cantar com artistas que a gente produziu anteriormente. Antes da dupla, como compositor, composições como Deixe Ele Sofrer, com a Anitta, e Beijinho no Ombro, com a Valesca Popozuda, foram muito bem recebidas pelo público.

Essas quase não tocaram, né?

Breder – Pois é, quase nada... [risos]. Depois vieram muitas outras, entre elas Combatchy, com a Anitta, Cheguei e Favela Chegou, com a Ludmilla, Sapequinha e Só Depois do Carnaval, com a Lexa; e o álbum Pandora, da Luísa Sonza. E por aí vai. É gratificante ver nosso trabalho reconhecido.

Vocês também possuem trabalhos que misturam pop com outros ritmos, né?

Wallace – Sim. Além dos que comentamos, fizemos parcerias com Léo Santana, Gustavo Mioto, Pocah, Marina Sena, Felipe Araújo, MC Don Juan e MC Hariel em músicas como Bota o Colete, Rei do Gado, Casa com Ele e Deus Não Tem Preconceito.

Como é o processo de composição de vocês? Assinam tudo junto, mesmo as que foram feitas por um ou outro?

Breder – Lembra do papo que eu falei para você que a gente era casado e não sabia? Pois é: a gente é casado com comunhão de bens [risos]. Tudo o que produzimos para nós ou outros artistas tem as assinaturas de nós dois. Mesmo porque, na nossa dinâmica de trabalho, os dois trabalham muito em qualquer projeto ou composição, mesmo que a gente não esteja na mesma sala trocando ideia. Em um momento um produz e o outro escreve, por exemplo. Em outro, quem produziu está cuidando do refrão e quem escreveu está produzindo. Nosso trabalho é conjunto mesmo.

Nossas carreiras anteriores de compositor e produtor nos aproximaram de muitos músicos e parceiros. Varios deles%2C inclusive%2C nos incentivaram a cantar nossas próprias coisas. A Anitta foi a primeira a insistir para a gente gravar. De certa parte%2C começamos a gravar por força desses amigos. Perguntamos se ela participaria%2C e a resposta foi%3A “Lógico”

(WALLACE VIANNA)

Vocês têm duas características marcantes: o cuidado na produção dos clipes e a grande quantidade de parcerias com outros artistas. São muito solidários. Expliquem isso.

Wallace – Nossas carreiras anteriores de compositor e produtor nos aproximaram de muitos músicos e parceiros. Varios deles, inclusive, nos incentivaram a cantar nossas próprias coisas. A Anitta foi a primeira a insistir para a gente gravar. De certa parte, começamos a gravar por força desses amigos. Perguntamos se ela participaria, e a resposta foi: “Lógico”. Então nada mais justo do que o Hitmaker trabalhar em parceria com toda essa galera que nos incentivou a gravar. Em relação ao aspecto visual, a gente sempre foi muito fã de música pop nacional e internacional, em que esse ponto é tratado com muito cuidado e riqueza. Cores, moda, design, tudo isso está presente no visual pop e nos influencia muito.

Como está a agenda de shows?

Breder – Bem carregada. Teremos mais de dez até o fim do ano, a maioria deles em São Paulo.

O que vocês curtem fazer quando não estão compondo ou trabalhando nos palcos e estúdios?

Breder – Moro sozinho. Nos meus momentos de descanso gosto de viajar, o que está cada vez mais difícil com nossa agenda carregada, que inclui as composições para nossa carreira e a de outros artistas, além dos shows. E também de ir a festas, onde encontro amigos e acabo trabalhando um pouquinho, mas em clima de descontração. Curto encontrar os amigos, jogar um videogame, ir à praia e bater uma pelada.

Amo futebol. Sou botafoguense doente. Maluco. Joguei no Botafogo. E também no Juventus%2C de São Paulo. Era volante

(BREDER)

Wallace – Eu já gosto de fazer a festa em casa, com amigos, meus cães, jogar um game... Fazer aquelas bagunças que começam ao meio-dia e Deus sabe quando acabam [risos].

Esporte?

Breder – Sou botafoguense doente. Maluco. Joguei no Botafogo. E também no Juventus, de São Paulo. Era volante.

Wallace – Sou Flamengo, mas não tão apaixonado por futebol como o Breder. Aliás, essa conversa dele de que jogou no Botafogo, o joelho não permitiu... Ouvi umas 20 histórias semelhantes... [risos]

Breder – O empresário me deu calote, aí desisti... [risos]

Melhor para a música. Sucesso nos próximos shows e lançamentos.

Breder – Muito obrigado.

Wallace – Valeu muito.

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