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'Não fiquei brava nenhuma vez', diz Dona Onça, chef e jurada do Top Chef Brasil 4

Nova jurada do reality show de culinária revela como os competidores lidam com a pressão e diz que sofre com eles

Entrevista|Pedro Marques, do R7


Janaína Rueda, a Dona Onça, garante que é não brava: 'Eu sou uma mulher muito justa e também quero ver essa justiça na convivência diária'
Janaína Rueda, a Dona Onça, garante que é não brava: 'Eu sou uma mulher muito justa e também quero ver essa justiça na convivência diária'

Janaína Torres Rueda, a nova jurada do Top Chef Brasil, tem fama de brava. Não por acaso, ela ficou conhecida no meio da gastronomia como “Dona Onça” — apelido que não transmite exatamente muita fofura.

Janaína, no entanto, diz que não é brava e que o apelido tem a ver com outra qualidade sua. “Eu sou uma mulher muito justa. Desde criança, a minha mãe falava que tenho essa característica de ser muito justa com o próximo e querer também ver essa justiça na convivência diária. Não sou brava, não”, disse ela, rindo.

Para desfazer essa impressão, Janaína afirma que não deu nenhuma bronca mais forte nos competidores da quarta temporada do Top Chef. Em sua opinião, o que acontece é que os participantes ficam nervosos demais: “Os cozinheiros precisam trabalhar melhor a inteligência emocional”, disse.

De pressão Janaína entende: ela é chef e sócia de estabelecimentos como o Bar da Dona Onça, o Merenda da Cidade e A Casa do Porco — que é o 12º melhor restaurante do mundo e o único endereço brasileiro no ranking The 50 Best Restaurants in the World, que elege os 50 melhores restaurantes do mundo. A seguir, Janaína conta como faz para cuidar de tudo sem ligar o modo “onça”.

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Até a gente fica muito nervoso porque tem que preparar um prato do começo ao fim em uma hora.

(Janaína Rueda)

R7 Entrevista — Como foi sair da cozinha para ser jurada do Top Chef?

Janaína Torres Rueda — Olha, eu confesso que não tinha assistido a um episódio inteiro do programa antes [de ser jurada]. Nunca fui de assistir a reality show, para você ter ideia. Mas eu gosto muito do Emmanuel [Bassoleil] e do Felipe [Bronze].

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E eu gostei muito do roteiro. O que mais me motivou em participar foi a evolução dos cozinheiros dentro do programa. Já tinha conversado com o Emmanuel e o Felipe e eles me contaram que dava para ver os participantes se aperfeiçoando, que a gente pode conversar e orientar. Eles me falaram também que o Top Chef era um programa, assim, mais calmo, né? Não era aquela... Não tinha nada de brutalidade.

Você não deu nenhuma grande bronca nessa temporada?

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Eu não fiquei brava nenhuma vez no programa. Na edição eles pegam a gente fazendo alguma cara, assim, mexendo. Mas é tudo edição, não tem nada a ver. Todo reality show tem aquela lenda do chef bravo — e ainda tem chef bravo, lógico. Mas eles [os editores do programa] fazem isso para dar uma graça a quem o está assistindo. É a graça da audiência.

Às vezes... o cara é um grande cozinheiro%2C mas pode errar por causa da pressão%2C da correria

(Janaína Rueda)

Então por que os cozinheiros parecem desesperados?

Olha, na verdade, até a gente fica muito nervoso porque tem que preparar um prato do começo ao fim em uma hora. E os caras ficam confinados todos juntos dentro de um quarto durante toda a gravação. Eu entendi isso, é complicado. Eu acho que fiquei mais apreensiva do que eles, para ver como os pratos iam sair.

Por quê?

Porque a gente acaba vivenciando aquela situação como se estivesse junto, a gente quer ver os cozinheiros acertarem. E às vezes não é culpa deles, é muita pressão ali. O cara é um grande cozinheiro, mas pode errar por causa da pressão, da correria. Pô, a especialidade do cara é nhoque e ele é eliminado porque o nhoque desandou.

Mas tem o dia, o momento, o psicológico. E eu também sou muito sincera. Se o prato tá muito bom, tá muito bom. E se não gostei, eu falo: "Olha, realmente não tava bom". É uma parte muito difícil. Mas posso dizer que [ser jurada] foi muito bom pra mim, foi muito educativo. É uma experiência muito bacana e se colocar no lugar do outro também é superimportante. Afinal de contas, somos todos cozinheiros, né?

Janaína Rueda avalia pratos dos competidores do reality show ao lado de Felipe Bronze (centro) e Emmanuel Bassoleil
Janaína Rueda avalia pratos dos competidores do reality show ao lado de Felipe Bronze (centro) e Emmanuel Bassoleil

E como você está conciliando tudo isso com os restaurantes? Como está o dia a dia?

Dentro da minha cozinha é muito tranquilo, porque eu tenho uma equipe que já faz tudo o que eu sei, tudo do que eu gosto, do jeito que eu gosto e eu sei onde está tudo. Mas eu tenho viajado muito [Janaína conversou com o R7 horas antes de viajar para Singapura, onde foi convidada para preparar dois jantares especiais]. Quando viajo é uma delícia, porque eu tenho que mexer em cozinha que não conheço. E eu adoro ficar na cozinha, é o que eu mais gosto de fazer. Estar numa cozinha diferente, com uma equipe diferente, e ter que pôr a mão na massa para fazer uma comida sair impecável e deliciosa me traz uma bagagem enorme.

Como você aproveita essa bagagem nos seus restaurantes?

O menu anterior era todo inspirado nas viagens que fiz pela América Latina. Eu descobri uma coisa em mim que é a vontade de viajar pela América do Sul, pela América Central. Descobrir a América Latina foi uma das grandes experiências que eu tive. Quando você vai para, sei lá, El Salvador, ou você vai para Buenos Aires, é tudo muito fácil. As pessoas contam as histórias, tem um foco muito grande na cultura.

Gente de todo mundo vem na Casa do Porco. Então você acaba sendo uma porta-voz do Brasil.

(Janaína Rueda)

Qual a diferença para o Brasil?

A gente tem uma gama enorme de cultura, de história, desde o Norte até o Sul, e contar tudo isso é muito difícil. Não dá para contar toda nossa história em uma conversa. E isso me dá muita vontade de lutar pela nossa cultura, pela nossa história, pelos nossos cozinheiros.

Como você acha que pode fazer a diferença?

São Paulo recebe todo mundo, todo mundo para por aqui e espero que continue parando. Gente de todo mundo vem na Casa do Porco. Então você acaba sendo uma porta-voz do Brasil. E eu quero ter essa voz, poder falar sobre todas as coisas que eu descubro quando eu viajo, de todas as pessoas que eu conheço, de todas as coisinhas que eu passo, das dores, dos sabores. Tudo isso faz parte do movimento da minha vida, daquilo que eu quero caminhar. Ter essa voz para mim é muito importante.

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