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'Pira minha credibilidade': Larissa Dona Puma rebate acusações de que dá calmante aos animais

Influenciadora, que tem mais de 2,3 milhões de seguidores, ficou famosa com vídeos nos quais mostra pets 'atuando' 

Entrevista|Vivian Masutti, do R7


Larissa canta rap sobre o Dia da Mulher com a ajuda de Dona Puma, Lambu, Gurduniz, Xana Calanga, Xana Preá e Trespote, em sentido horário
Larissa canta rap sobre o Dia da Mulher com a ajuda de Dona Puma, Lambu, Gurduniz, Xana Calanga, Xana Preá e Trespote, em sentido horário Reprodução/@larissadonapuma

Quem faz parte da legião de brasileiros que consome vídeos de pets nas redes sociais certamente já topou com o conteúdo produzido pela influenciadora Larissa Rodrigues de Freitas, de 23 anos, conhecida como Larissa Dona Puma, nome de sua cachorrinha mais famosa.

Moradora de Uiraúna, no sertão da Paraíba, a jovem tem mais de 2,3 milhões de seguidores no Instagram, mas começou no TikTok, como muitos de sua geração. E explodiu quando passou a fazer paródias hilárias de novelas e programas de TV usando Dona Puma como atriz, há cerca de três anos.

Depois, quando vieram as cadelas Lambu, Gurduniz e Trespote, e as gatinhas Xana Calanga e Xana Preá, além de passarinhos e galinhas, ficou evidente o talento de Larissa para fazer com que os animais topassem participar das encenações. Eles usam óculos, peruca, dão a patinha e até "atuam".

Em bate-papo por vídeo com o R7, a influenciadora falou sobre o início da carreira, quando ainda trabalhava como empregada doméstica, do incentivo à adoção de animais e sobre as acusações de que daria calmante aos animais para deixá-los parados nos vídeos.

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R7 Entrevista — Seus vídeos são engraçados, leves, mas muitas vezes você aborda assuntos sérios nos stories, como o incentivo à adoção ou mesmo as críticas que fazem ao seu corpo e à sua maneira de se vestir. O que você quer passar para os seus seguidores com o conteúdo que você publica?

Larissa Dona Puma — Então, hoje em dia, é onde eu trabalho, né? Quero incentivar a adoção, ajudar ONGs, tirar os animais da rua. É um conjunto de coisas que hoje, graças a Deus, eu consigo fazer. 

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Eu faço meus vídeos do jeito que eu estou em casa. Não sou aquela mulher muito vaidosa e preocupada, assim, com a aparência na internet. Eu gosto de me arrumar. Todo mundo tem que ter o seu momento. E me arrumar mais para mim mesma. A opinião das pessoas sobre a nossa aparência é muito complicada.

Às vezes, as críticas vêm das próprias mulheres. Acho que a mulher que faz isso deve viver frustrada com ela mesma. Porque é uma coisa muito sem noção. Aí eu chego para o meu público e falo: "Olha, a gente — mulher — tem que se unir e se ajudar. Não tentar derrubar umas as outras". Mas é bem complicado. É muita cabeça para pouco juízo.

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R7 — Você começou no TikTok. Como foi seu caminho até a fama?

Larissa — Primeiro eu fazia alguns vídeos sozinha. Depois, comecei a colocar a Dona Puma. O nome dela era só Puma, mas, como eu sempre chamava ela de “dona”, acabou pegando. Aí o pessoal começou a gostar. Eu trabalhava como empregada doméstica e veio um blogueiro na casa da minha patroa [o maranhense Francisco Garcia] e me ajudou. Ele me deu um pouquinho de dinheiro, me incentivou a sair do meu emprego e tentar viver de internet.

Eu tinha dois empregos e fui com medo. Com o pé atrás. Aí fiquei mais uns seis meses gravando vídeos e trabalhando só como garçonete. Cheguei até a pedir dinheiro em live, no Instagram, para ajudar com as contas de casa. Mas hoje em dia consigo viver 100% só de internet [Larissa comprou uma casa em sua cidade e deve se mudar até o fim do mês].

R7 — Teve algum influenciador que te inspirou?

Larissa — Eu gosto do humor nordestino, do Whindersson Nunes, do Tom Cavalcante, esse pessoal mais antigo. Gosto de mostrar a nossa vida, nosso jeito de comer, nossa realidade. Eu costumava ver esses humoristas com o meu pai, aos sábados à noite. Via muito Record. Até gente que morreu, como o Shaolin. Tinha o Tiririca. Era bom demais, eu devia ter uns sete, oito anos.

R7 — Você tem 23 anos e costuma postar vídeos com clássicos dos anos 1980, 1990... De onde vêm essas referências?

Larissa — Meus pais sempre gostaram de ouvir música, na rádio, principalmente. Aqui no interior tem muito programa de flashback à noite. Aí era só coisa antiga, tanto nacional quanto internacional.

R7 — Eu lembro que você ficou bem chateada com o episódio da Dona Lagartixa [que fazia parte dos vídeos da influencer até a acusarem de maus-tratos contra animais silvestres]. Já superou?

Larissa — Sim, porque procurei informações com pessoas que entendem realmente do assunto e souberam me explicar direito. Na internet, um dia você é anjo, outro dia não. Então, para parar com isso, eu parei de fazer vídeo com a lagartixa.

R7 — E agora as pessoas estão dizendo que você dopa os animais para conseguir que eles fiquem parados nos vídeos.

Larissa — Sim, as pessoas estão gritando na minha cabeça que eu dou algum calmante para os animais ficarem ali. Eu vou soltar um conteúdo mostrando como é que eu faço os vídeos [veja abaixo]. Porque, se alguém pega um vídeo meu e coloca alguma crítica, os seguidores dessas pessoas vão ler e vão achar que aquilo ali é real. Tipo o cara que fez o vídeo lá da lagartixa. E isso aí foi meio que uma bomba, sabe? Muita gente que não conhecia a gente tirou conclusões precipitadas [na ocasião, Larissa contou que sempre pegava uma lagartixa diferente no muro de casa para fazer os vídeos e depois a soltava] e ficou esculhambando comigo.

R7 — Porque você acaba tendo que cuidar da cabeça também, né? Enquanto tem que produzir conteúdo. Isso prejudica a criatividade?

Larissa — Acaba atrapalhando, mas não pode se deixar levar. Isso aí suja totalmente a minha imagem. Pira a minha credibilidade. E pode incentivar outras pessoas a fazer o mesmo. Foram umas duas semanas bem movimentadas aqui para mim.

R7 — Como é que a Dona Puma sempre entra na hora certa? [O animal, que começa os vídeos no fundo de um corredor, costuma ir ao encontro de Larissa como uma personagem das paródias que a tutora faz].

Larissa — A Dona Puma tem cinco anos e eu faço vídeos com ela já há uns três. Não sei como ela sabe a hora certa de entrar, mas deduzo que seja pelo tom da minha voz. Eu falo: "Aí, Dona Puma, a hora que eu estiver cantando tal música você entra". Na hora, eu mudo um pouco o tom da voz e ela pensa "Agora eu vou". Não é uma coisa que eu ensinei. No primeiro que eu fiz, de Dia das Mães, ela vem trazendo umas rosas [veja abaixo]. Eu disse: "Na hora que eu começar a cantar, você entra. E ela veio e fez". Foi uma coisa que ela aprendeu sozinha.

R7 — Nos últimos tempos, você adotou duas cachorrinhas, Gurduniz e Trespote, e a gatinha Xana Preá. A família vai aumentar mais?

Larissa — Pois é, é a pergunta que todo mundo faz. Todos esses animais foram uma coisa que o destino mandou. A Gurduniz foi achada por uma menina no meio da calçada. Era ela e mais três cachorros. O que é que eu faço aí, mulher? Fiquei com pena, né? Tem gente que não quer adotar, principalmente quando é fêmea. E penso assim: "Eu posso castrar, posso acrescentar um dinheiro a mais. Com o dinheiro que a gente está ganhando, dá para comprar ração". Então, por que não ajudar mais outros? Trespote também estava no meio da rua, cheia de carrapato e doente. Eu trouxe e fiquei naquela: "Será que eu adoto? Será que eu não adoto?" Aí não apareceu ninguém e eu fiquei com ela também.

R7 — Você já contou que, na época em que terminou o ensino médio, chegou a prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e não passou. Tem vontade de prestar de novo?

Larissa — Por enquanto, não. Na verdade, quando eu fiz Enem, eu passei em uma faculdade de ciências sociais [em Natal], mas não tinha condições de pagar o transporte, nem um lugar para ficar. Aí, parei os estudos. Muita gente sugere que eu faça veterinária, mas eu não tenho coragem nem de dar injeção em um cachorro. Imagina fazer uma cirurgia.

R7 — Você responde a todas as perguntas que recebe?

Larissa — Tento responder às primeiras, porque não dá tempo. É muita mensagem e acaba comendo o dia todo da gente. E aqui sou eu que cuido de tudo. Dos animais, da casa, da internet. E de resolver problemas, né?

R7 — Como você escolhe as publicidades que faz?

Larissa — Tem uma pessoa que me ajuda. A única parceria que eu não gosto de fazer é com jogos de apostas. O resto, eu divulgo até casa funerária!

R7 — E quais são os seus próximos planos agora nessa carreira de influencer?

Larissa — Vou continuar a fazer vídeos, gravar, fazer novela. E tentar a carreira artística, na área do humor. Tem esse personagem que eu criei, a Dona Véia [veja abaixo], e é uma coisa que eu gosto muito de fazer, de dançar nos vídeos dela.

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