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Ao fugir de prisão, ex-senadora colombiana bota a filha na cadeia

Aída Merlano conseguiu escapar pulando da janela durante consulta ao dentista. Agora, aliados estão sendo investigados por envolvimento na fuga

Internacional|Giovanna Orlando, do R7

Aida fugiu durante consulta ao dentista
Aida fugiu durante consulta ao dentista Aida fugiu durante consulta ao dentista

A ex-senadora colombiana Aída Merlano conseguiu escapar da prisão em uma fuga cinematográfica: pulou da janela do terceiro andar durante uma consulta ao dentista e fugiu na moto de um comparsa vestido como um entregador de aplicativo.

Mas a estratégia só foi espetacular nas imagens, afinal, acabou colocando dois de seus ajudantes atrás das grades: a filha e o dentista.

Aída foi condenada no mês passado a 15 anos de prisão por corrupção. Ela foi acusada de liderar um esquema de compra de votos. Além disso, também enfrentou a acusação de posse de armas de fogo.

Da cadeira do dentista para a janela

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Na última terça-feira (1), a ex-senadora tinha uma consulta marcada com o dentista.

Ela chegou ao consultório acompanhada de duas guardas da prisão. Em vídeo divulgado pela polícia, Aída consegue ficar sozinha em determinado momento do atendimento, pega uma corda vermelha que estava amarrada em um móvel e pula da janela. Ainda não se tem informações sobre o paradeiro dela.

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O envolvimento da filha

Na sexta-feira (4), a polícia prendeu Aida Victoria Manzaneda Merlano, a filha da senadora, em Barranquilla.

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A jovem, de 20 anos, mudou o nome para o mesmo que a mãe há 8 meses. Antes, o nome no registro era Karolyne Manzaneda Merlano. 

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Ela está sendo investigada por envolvimento na fuga da mãe.

Por meio de um advogado, ela disse que não sabia que a mãe tinha intenções de fugir na terça-feira (1) e garantiu não ter informações sobre o seu paradeiro. Ela estava acompanhando a ex-senadora durante a consulta.

Ela também disse estar disposta a se apresentar perante as autoridades e colaborar com as investigações, e que já passou os contatos e informou sua disponibilidade para qualquer requerimento.

Aída, a filha, disse que gostaria de manter a rotina em Barranquilla e que só vai se pronunciar publicamente sobre os acontecimentos quando falar com a promotoria. Mesmo assim, as autoridades emitiram um mandato de prisão para a jovem.

A prisão do dentista

Depois da prisão de Aida Victoria, foi expedido o pedido de prisão do dentista que cuidou da fugitiva, Javier Guillermo Cely. Porém, quando as autoridades chegaram para busca-lo, ele tinha fugido.

Na sexta-feira (4), ele disse que vai se entregar às autoridades, mas garante que não sabia dos planos de fuga da cliente e que vai colaborar com a justiça com todas as informações que tem, segundo o jornal colombiano El Tiempo.

Por hora, esses são os dois suspeitos presos por envolvimento com a fuga de Merlano, mesmo as autoridades acreditando que mais pessoas sabiam do plano, inclusive funcionários do Instituto Nacional Penitenciário e Prisional da Colômbia (Inpec).

O esquema de compra de votos

Quando foi presa, em 2018, Merlano escancarou como funcionava o esquema de corrupção e compra de votos para candidatos do Partido Conservador entrarem no Senado colombiano.

Merlano foi surpreendida na sede de campanha, chamada “Casa Branca”, com outras quatro pessoas, uma delas a sua irmã.

Os investigadores encontraram mais de $260 milhões em pesos colombianos (cerca de R$ 310 mil), armas de fogo e as cédulas dos votos das pessoas que eles conseguiram comprar, material eleitoral e um arquivo com os detalhes das operações.

Casas políticas

Na Colômbia, o esquema político é formado a partir de casas políticas. As casas, ou clãs, são formados por famílias poderosas que controlam as regiões eleitorais há anos.

Assim, membros da família e aliados próximos podem herdar os espaços nas eleições, cadeiras no Congresso, prefeituras e assembleias, e continuam controlando lugares estratégicos.

Com a prisão de Aída, alguns políticos acabaram entrando na mira de investigações, como o atual senador, Laureano Acuña, do Partido Conservador; Arturo Char, senador na Barranquilla, onde a filha de Aída foi presa, e irmão de Alejandro Char, o prefeito da cidade, e que vem de uma casa política que controla o lugar há 12 anos.

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