Pelo menos 26 pessoas, entre elas um jogador de futebol e um ex-jogador, morreram neste sábado (26) nos violentos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança nas imediações da prisão de Port Said, no Egito, segundo fontes médicas.
Entre os mortos se encontram o jogador Mohammed al Dadui, que joga em um clube local da segunda divisão egípcia, e o ex-goleiro da equipe Al Masry, Tamer al Fahla, que conquistou a Copa do Egito de 1998.
O confronto começou depois que 21 pessoas foram condenadas à pena de morte pelos atos de violência que deixaram 74 mortos há um ano em um estádio de futebol desta cidade do nordeste do Egito.
Estes confrontos ocorreram um dia após o segundo aniversário da revolução que depôs o então ditador Hosni Mubarak, cuja celebração também foi marcada pela violência entre manifestantes e policiais, com nove mortos e 530 feridos, segundo fontes médicas.
O responsável pelo Ministério da Saúde na Província de Port Said, Helmy al Atni, informou que mais de 250 pessoas ficaram feridas.
O diretor do departamento de hospitais de Port Said, Abderrahman Farah, explicou que todas as vítimas fatais morreram baleadas, com exceção de dois, que tiveram hemorragias internas.
A maioria dos feridos já chegou sem vida aos hospitais da cidade, afirmou Farah, que acrescentou que as vítimas apresentavam "além de disparos de balas, fraturas e cortes em partes do corpo".
Condenação
Os distúrbios em Port Said começaram após um tribunal do país recomendar a pena de morte para 21 acusados no massacre ocorrido no estádio da cidade no ano passado, que envolveu torcedores de clubes rivais.
O presidente do tribunal ordenou a transferência dos processos dos acusados ao mufti da República, para que então a máxima autoridade religiosa do país dite sua opinião sobre a execução dos acusados.
Após a decisão, parentes dos condenados e torcedores fanáticos do time local Al Masry tentaram invadir a prisão e enfrentaram com armas de fogo e coquetéis molotov as forças de segurança.
O Exército enviou tropas para a cidade para tentar restaurar o clima de tranquilidade e proteger os prédios públicos, anunciou Ahmed Wasfi, general do Estado-Maior, à agência oficial "Mena".
Onda de violência
Esta é a segunda cidade para onde foram enviadas nas últimas horas unidades das Forças Armadas.
Na manhã deste sábado, soldados chegaram em Suez, onde ontem à noite ocorreram graves distúrbios, nos quais morreram oito pessoas.
Esta nova onda de violência ocorreu um dia depois de nove pessoas morrerem e 584 ficarem feridas, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, nos enfrentamentos registrados em todo o país durante a celebração do segundo aniversário da revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak.
Ao todo, oito pessoas morreram em Suez e uma na cidade de Ismailiya, enquanto o maior número de feridos foi registrado na província do Cairo (172), seguida por Alexandria (102), Suez (89) e Ismailiya (77).
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