O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse neste domingo (31) que ficou "indignado" com o incidente fatal que envolveu as forças de paz da ONU na República Democrática do Congo, na fronteira com Uganda, que custou a vida de duas pessoas.
Guterres manifestou-se "triste e consternado" com o incidente, ocorrido na localidade de Kasindi. O chefe das Nações Unidas expressou "com a maior firmeza a necessidade de estabelecer responsabilidades por esses fatos", e considerou conveniente "a prisão dos militares envolvidos nesse incidente e a abertura imediata de uma investigação", indicou seu vice-porta-voz, Farhan Haq.
Militares da Brigada de Intervenção da força da ONU (Monusco) "abriram fogo por razões não explicadas e forçaram a entrada do posto fronteiriço", informou a missão da ONU na República Democrática do Congo.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostrou vários homens, pelo menos um com uniforme da polícia e outro com uniforme do Exército, avançando em direção ao veículo da ONU no posto de controle de Kasindi.
Após uma troca verbal, os capacetes-azuis parecem abrir fogo e cruzar a barreira com a fronteira de Uganda com o veículo.
No início da semana, três capacetes-azuis e mais de uma dúzia de pessoas morreram durante protestos contra a missão da ONU em várias cidades na fronteira com Uganda.
Os manifestantes criticam a Monusco por sua incapacidade de deter a violência e os ataques de centenas de grupos armados ativos no leste do país africano.