Berço da pandemia do novo coronavírus, a China voltou a ser alvo de críticas e reclamações de outros países por enviar testes para a doença considerados não confiáveis e por cobrar um valor exorbitante pelo envio de equipamentos essenciais no combate do covid-19.
Uma das formas de controlar a doença é com testes em massa, para identificar os doentes e rastrear seus movimentos para ter certeza de quem mais pode ter sido infectado. Porém, nem todos os países conseguiram desenvolver testes rápidos no mesmo ritmo que a doença se espalhou e precisaram comprar os kits de Pequim.
A principal reclamação dos testes é que eles não chegam no padrão médico necessário para dar um diagnóstico correto e confiável.
Espanha pede reembolso da China
A Espanha, segundo país com o maior número de casos, cancelou o pedido de 640 mil testes depois que outros testes comprados apresentaram defeitos. O país tinha feito um pedido avaliado em 467 milhões de dólares, cerca de R$ 2,5 bilhões, por 5 milhões de testes, ventiladores, máscaras e luvas.
Quando o pedido chegou, cerca de 9 mil testes estavam com defeito e precisaram ser devolvidos. Com a demora da China em recolher os kits defeituosos, a Espanha passou a pedir um reembolso.
Na República Tcheca, cerca de 80% dos 150 mil testes comprados apresentaram algum tipo de defeito e davam um resultado menos acurado que outros testes e o governo voltou a depender dos testes em laboratório.
Máscaras sem qualidade
Não são só os testes que deram problemas. Na Holanda, as máscaras compradas dos chineses não cobrem todo o rosto e outras tinham defeito no filtro. Eles também tiveram que devolver os produtos quebrados por não atenderem o padrão médico indicado.
A pandemia fez com que a demanda por equipamentos médicos subisse em diversos países e muitos estão sem equipamento suficiente para combater o vírus. Para evitar a escassez dos materiais, 80 países decidiram limitar as exportações de máscaras e luvas, segundo a OMC.