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Colômbia ordena retirada, mas famílias se dividem mesmo com risco de vulcão entrar em erupção

Em 1985, lavas do Nevado del Ruiz devastaram cidade de Armero e mataram mais de 23 mil de seus 25 mil habitantes na época

Internacional|Do R7


Vulcão Nevado del Ruiz ameaça cerca de 2.500 famílias na Colômbia
Vulcão Nevado del Ruiz ameaça cerca de 2.500 famílias na Colômbia

Os agricultores que vivem nas encostas do vulcão Nevado del Ruiz estão com um pé atrás sobre a ordem de liberação da área determinada pelo governo da Colômbia diante da possibilidade de uma erupção, em parte porque estão acostumados com o barulho da montanha e também porque temem perder o que têm.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu na quarta-feira a retirada preventiva de 2.500 famílias para evitar tragédias como a ocorrida em 13 de novembro de 1985, que devastou a cidade de Armero, no departamento de Tolima, matando mais de 23 mil de seus 25 mil habitantes.

Entretanto, muito poucas pessoas estão dispostas a deixar suas casas nas áreas rurais de Murillo, outra cidade de Tolima que é a mais próxima do vulcão.

"Não sei do que se trata todo esse alarme porque não vejo nada. Eu moro aqui, sou o que vive mais próximo do Nevado del Ruiz e não senti nada", disse à Agência EFE Danei Ortegón, que trabalha em uma fazenda na aldeia de Aguacaliente, na área de abrangência do vulcão.

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Ortegón, que viveu a tragédia de 1985, quando o vulcão entrou em erupção, causando o maior desastre natural da Colômbia, garantiu que não tem medo.

Enquanto o vento sopra forte, Ortegón insiste que - embora o Serviço Geológico Colombiano (SGC) tenha alertado durante uma semana sobre o aumento da atividade sísmica no vulcão, o que fez com que o alerta para uma possível erupção fosse alterado do amarelo para o laranja - ele não vê perigo, mas se for forçado a evacuar a região, ele o fará.

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Precaução contra tragédia

"Vou embora. Me pediram, apesar de que ninguém vá responder pelo que vamos perder aqui", declarou o trabalhador, dizendo que vai seguir as instruções de seu empregador e, portanto, deixará a fazenda, que fica a quase 4.800 metros acima do nível do mar.

O medo dos moradores de Murillo é que, se deixarem suas casas, ladrões possam vir e levar seu gado ou qualquer outra coisa de valor, pois mesmo durante a tragédia de 1985 em Armero houve relatos de roubos do pouco que foi deixado para trás pela avalanche causada pela erupção e derretimento das geleiras do vulcão.

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"Vou para casa em Manizales", capital do departamento vizinho de Caldas, disse Ortegón, que se lembra de viver a tragédia de 1985 na qual sua família perdeu a casa, mas não perdeu a vida.

Sua mente vagueia de volta no tempo e ele diz que o que aconteceu em Armero foi "brutal, foi como nascer de novo", e pede mais tempo para narrar os detalhes daquela tragédia da qual ele se lembra claramente hoje.

Referindo-se a outras pessoas que vivem na região, Ortegón diz que não sabe se elas seguirão as ordens do governo. "Vou embora porque os chefes me disseram para ir embora. Vamos esperar que nada aconteça”, concluiu o trabalhador.

Risco por necessidade

Em Murillo, o frio da Cordilheira Central dos Andes pode ser sentido e as montanhas que circundam a cidade estão quase sempre envoltas em neblina. Luis Cañón Palacio é um trabalhador diarista que se levanta todos os dias para procurar o sustento de sua família nas fazendas vizinhas.

Para ele, "o Nevado está incomodando" e por isso as autoridades fecharam os locais turísticos como medida de prevenção contra uma erupção do vulcão, além de fazer visitas às fazendas da região convidando as pessoas a se retirarem para que, caso isso aconteça, nenhuma vida seja perdida.

Ao contrário de Ortegón, Palacio não está disposto a deixar a área de risco. "Vou continuar trabalhando porque vivo com o que ganho no dia para sustentar minha família", disse à EFE, enfatizando que esta é a primeira vez que ele passa por esta situação.

A Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD) explicou que há duas categorias de municípios que poderiam ser afetados: os que poderiam receber fluxo piroclástico (gases altamente tóxicos e cinzas), e os que estão próximos a rios, porque o derretimento da neve do vulcão, devido às altas temperaturas, poderia causar uma avalanche como a que destruiu Armero há 37 anos. 

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