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Como a entrada de mulheres em um templo desafiou tradições na Índia

Templo hindu proibia a entrada de mulheres de 10 a 50 anos durante séculos, até uma decisão judicial mudar tudo; país teve milhares de prisões em protestos

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Mulheres protestam pelo direito de entrar no templo Sabarimala
Mulheres protestam pelo direito de entrar no templo Sabarimala Mulheres protestam pelo direito de entrar no templo Sabarimala

O estado de Kerala, no sul da Índia, teve uma semana tumultuada para começar 2019. Três mulheres entraram no templo hindu de Sabarimala, desafiando séculos de proibição e causando protestos que já resultaram em mais de 1300 prisões.

Localizado no distrito Pathanamthitta, Sabarimala é considerado o maior ponto de peregrinação religiosa do mundo, recebendo a visita de até 50 milhões de fiéis todos os anos, quase todos homens.

O templo é dedicado ao deus hindu Ayappa, dedicado à castidade. Por esse motivo, mulheres em idade fértil, dos 10 aos 60 anos, não tinham permissão para subir as escadarias do templo e rezar na capela. Até o último dia 2.

Segundo registros feitos por colonizadores britânicos no século 19, a proibição da entrada de mulheres já era uma tradição de séculos. Em 1991, um tribunal de Kerala decidiu que era uma restrição legítima e manteve a regra.

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Liberação e protestos

A situação mudou em 28 de setembro do ano passado, quando a Suprema Corte indiana derrubou a proibição, afirmando que ela seria "inconstitucional e discriminatória".

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Entre outubro e dezembro de 2018, várias mulheres tentaram entrar no templo, mas foram impedidas por homens que protestavam contra a decisão.

No primeiro dia deste ano, 5 milhões de indianas formaram um corredor humano que se estendeu por 620 quilômetros, para defender seu direito de entrar no local.

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À meia-noite da última quarta (2), duas mulheres, Bindu Hariharan, 42, e Kanaka Durga, 44, começaram a subir os degraus do tempo. Chegaram ao topo por volta das 4h. Elas foram escoltadas por policiais.

Quando a notícia se espalhou, dezenas de protestos chamados por grupos conservadores começaram a surgir por todo o país. Os religiosos afirmavam que a presença das mulheres era uma "desonra" a Ayappa.

Na sexta-feira (4), outra mulher, natural do Sri Lanka e que não teve os dados divulgados, se tornou a terceira a chegar ao templo.

O partido Bharatiya Janata, do primeiro-ministro Narendra Modi, criticou a decisão judicial, mas a visão da sociedade indiana sobre os direitos das mulheres parece estar em transformação.

Veja abaixo: A Índia foi considerada o pior país para ser mulher, segundo levantamento da agência Reuters

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