A Alta Comissária das Nações Unidas (ONU — Organização das Nações Unidas) para os direitos humanos, Navi Pillay, informou nesta segunda-feira (28) que o conflito na Ucrânia já deixou 1.129 mortos e 3.442 feridos.
"As notícias sobre a intensificação dos combates em Donetsk e Lugansk são alarmantes, com o uso de armas pesadas", disse a representante da ONU.
Medo e terror foram disseminados pelos grupos armados na população da Ucrânia do leste, região onde há os conflitos com os separatistas pró-russos, revela um novo relatório da ONU.
Os grupos armados continuam sequestrando, prendendo, torturando e matando as pessoas mantidas como reféns.
A instituição também denuncia que o Estado de Direito desapareceu ou não existe mais no leste da Ucrânia, onde operam grupos separatistas pró-russos cada vez mais organizados e armados.
Caixa-preta revela que "explosiva descompressão maciça" derrubou avião malaio, diz Kiev
Tropas da Ucrânia avançam enquanto peritos tentam chegar a local de queda de avião da Malaysia
No documento, esses grupos, liderados agora por um comando centralizado e dirigido por cidadãos russos, são acusados de impor à população as consequências de uma "ruptura total da lei e da ordem, além da implementação de um reino do terror".
Neste aspecto, uma das consequências mais graves é o deslocamento forçado de mais de 100 mil pessoas, para as quais o governo ucraniano não previu soluções a médio ou longo prazo.
Entre esses deslocados, 14 mil viviam na península da Crimeia, anexada pela Rússia no último mês de março, após um referendo incomodamente propício a essa opção, e tiveram que deixar seus lares para seguir em direção a outras partes da Ucrânia, principalmente por causa do assédio e da discriminação que sofriam por fazer parte de certas minorias.
O relatório se refere ao período entre 8 de junho e 15 de julho e é o quarto apresentado pela missão da ONU de observações dos direitos humanos na Ucrânia.
Os conflitos entre as forças de Kiev e os separatistas no leste ucraniano começaram em abril deste ano.
Em 17 de julho, um avião comercial da Malaysia Airlines caiu na região com 298 pessoas a bordo e a hipótese mais provável para a queda é que a aeronave tenha sido abatida pelos separatistas com um míssil.