Coreia do Norte testa quatro mísseis de cruzeiro estratégicos
Regime de Kim Jong-un exibe seu poder bélico para o mundo com intuito de demonstrar sua capacidade de um contra-ataque nuclear
Internacional|Do R7
![Os mísseis percorreram 2 mil quilómetros antes de atingirem o Mar do Japão](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/OYUMX2GFJZISNKMDUAULVCP6BQ.jpg?auth=f11a4a8c79fc8e7776a01759e0a0537b93fac205f783a77b0a5274721f80f0d2&width=770&height=419)
A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (24) que testou quatro mísseis de cruzeiro estratégicos e alertou que a intensificação das manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul "podem ser consideradas uma declaração de guerra".
O anúncio aconteceu pouco depois da revelação de que os dois países aliados participarão em um exercício de "simulação" no Pentágono sobre como responder a um eventual ataque nuclear de Pyongyang.
O aumento do número de testes armamentistas por parte do país isolado provoca o temor de um possível teste nuclear, que seria o primeiro desde 2017.
A agência oficial norte-coreana KCNA afirmou que as Forças Armadas lançaram quatro mísseis Hwasal-2, que percorreram 2.000 quilômetros antes atingir "com precisão" o Mar do Japão.
A KCNA destacou que "os lançamentos demonstraram novamente a posição militar das forças de combate nuclear norte-coreanas, capazes de responder a forças hostis".
O ministério da Defesa da Coreia do Sul indicou que os dados anunciados por Pyongyang divergem do que foi detectado por seus serviços de vigilância e pelas forças dos Estados Unidos.
Alvo de várias sanções da ONU, a Coreia do Norte não está proibida de lançar mísseis de cruzeiro, mas na semana passada o país executou vários disparos de projéteis vetados, o que rendeu uma condenação do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.
![O país considera um treinamento para uma invasão por parte do exército](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/DE4YRXK6TVP3THIZVAQB3LDAJY.jpg?auth=7d57ee4ac78f0fce8fc608abfba07cb4c59fb65d14c952b9ac591b15feeba404&width=900&height=594)
Entre os projéteis, o regime norte-coreano lançou um míssil balístico intercontinental que caiu na zona econômica exclusiva do Japão e que, segundo Pyongyang, demonstrou sua capacidade para executar um "contra-ataque nuclear fatal sobre forças hostis".
Guterres disse que as ações eram "provocadoras", mas o governo da Coreia do Norte respondeu que as declarações foram "injustas e desequilibradas" porque não levaram em consideração o direito à autodefesa.
De modo paralelo ao aumento dos testes de armas de Pyongyang, Estados Unidos e Coreia do Sul intensificam as operações militares e ativos estratégicos americanos voltaram a ser mobilizados na região.
A Coreia do Sul tenta tranquilizar sua população, cada vez mais nervosa, sobre o compromisso dos Estados Unidos com a chamada dissuasão prolongada, em que os ativos americanos, incluindo armas nucleares, servem para evitar ataques contra aliados.
O Sul não tem armas atômicas e mantém seu compromisso oficial com a não proliferação nuclear - apesar da campanha de algumas pessoas para que o país considere a possibilidade de desenvolver suas próprias armas nucleares.
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A estratégia conta com os exercícios de simulação realizados no Pentágono, concentrados nas "possíveis opções para responder ao uso de armas nucleares" da Coreia do Norte.
O regime comunista, no entanto, reage com fúria aos exercícios, que considera um treinamento para uma invasão.
Depois de tomar conhecimento da última simulação, o governo norte-coreano afirmou em um comunicado que "as práticas hostis e provocadoras dos Estados Unidos podem ser consideradas uma declaração de guerra".
"A única forma de evitar o círculo vicioso da escalada da tensão militar (...) é que os Estados Unidos demonstrem uma posição clara e prática de abandonar seu compromisso de implantar ativos estratégicos e suspendam as manobras conjuntas", acrescentou.
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A Coreia do Norte revelou, nesta terça-feira (14), novos selos postais com a filha do líder Kim Jong-un, o que especialistas descrevem como outro sinal de sua ascensão como herdeira aparente da nação com armas nucleares. As estampas serão postas à venda na sexta-feira (17)