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Degelo, doenças, falta de comida: Qual é a pauta da Cúpula do Clima

Conferência sobre a implementação do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas começa na segunda-feira, em Madri

Internacional|Da EFE

Nova Dehli enfumaçada: emissão de gases poluidores muda clima da Terra
Nova Dehli enfumaçada: emissão de gases poluidores muda clima da Terra Nova Dehli enfumaçada: emissão de gases poluidores muda clima da Terra

O aumento do número de refugiados climáticos, a diminuição drástica das colheitas e o cada vez maior risco de contrair doenças como a malária são alguns dos efeitos da crise climática que serão debatidos pelas delegações participantes da 25ª edição da Cúpula do Clima da ONU (COP25), que terá início na segunda-feira.

O encontro, que será realizado de 2 a 13 de dezembro, em Madri, contará com representantes de 195 países e abordará novas estratégias para o combate à crise climática.

Entenda o que será discutido na conferência do clima:

O que é mudança climática

Clima é o conjunto de condições meteorológicas que caracterizam uma região durante um longo período de tempo. A mudança climática é a variação global do clima da Terra.

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Cada uma das três últimas décadas foi mais quente que as anteriores, com um "provável" aumento de 0,85 grau Celsius na temperatura de 1880 a 2012, segundo dados do quinto boletim do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apresentado em Copenhague em novembro de 2014.

De acordo com o comunicado da Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicado em 2019, o ano de 2018 registrou a quarta maior temperatura média global desde que existem dados, situação que sugere que a tendência do aquecimento global continua sem parar.

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Entende-se por emissão a quantidade de gás que entra na atmosfera. Já a concentração é a quantidade de gás que nela permanece, após as interações entre atmosfera, biosfera, criosfera e oceanos.

Água cada vez mais escassa

Falta de água potável atinge África e parte da Ásia
Falta de água potável atinge África e parte da Ásia Falta de água potável atinge África e parte da Ásia

A mudança climática pode afetar o acesso à água potável.

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Mais de um bilhão de pessoas carecem de água, e a expectativa é que o número duplique até 2025 devido ao aumento das secas. A maioria dessas pessoas vive na África, na Ásia Central e no Oriente Médio.

A cada grau elevado na temperatura, a tendência é que diminua ao menos 20% da quantidade de água. Segundo o IPCC, o ciclo — chuvas, evaporação, secas — irá variar, não será uniforme no conjunto do planeta.

Produtividade agrícola

Mais de um bilhão de pessoas carecem de água, e a expectativa é que o número duplique até 2025 devido ao aumento das secas. A maioria dessas pessoas vive na África, na Ásia Central e no Oriente Médio.

A cada grau elevado na temperatura, a tendência é que diminua ao menos 20% da quantidade de água. Segundo o IPCC, o ciclo — chuvas, evaporação, secas — irá variar, não será uniforme no conjunto do planeta.

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Especialistas estimam que o nível global da produção agrícola permanecerá dentro das expectativas para os próximos cem anos, mas o impacto do aumento das temperaturas neste setor será mais forte em uma escala regional.

África e América Latina serão os continentes mais afetados. A diminuição drástica das colheitas impedirá os agricultores de produzir ou comprar alimentos suficientes para se sustentarem, e as secas e inundações poderão transformar milhões de pessoas em refugiados.

AR5, o quinto relatório de avaliação do IPCC, adverte que se a temperatura subir um grau ou mais, a produção de trigo, milho e arroz nas zonas temperadas e tropicais cairá cerca de 2% por década.

O Relatório Especial do IPCC de outubro de 2018 ressalta a importância de limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau, como indicado no Acordo de Paris, "uma tarefa urgente", diz o estudo, exigindo "mudanças sem precedentes" em nível social e global.

Ecossistemas alterados

As alterações climáticas alterarão a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas. O desmatamento, a alteração das rotas migratórias, as mudanças nos padrões reprodutivos são alguns dos efeitos.

Florestas e seus moradores sofrem alterações
Florestas e seus moradores sofrem alterações Florestas e seus moradores sofrem alterações

Há os receios de que as florestas deixem de funcionar como sumidouros de carbono e se tornem uma fonte de emissões de gases; os recifes de coral morrerão devido ao aumento das temperaturas; e as geleiras, os ecossistemas polares e alpinos estarão ameaçados de extinção.

Se a temperatura média aumentar em 1 grau, alguns habitats "únicos" estarão em risco. Se o aumento for de 2 graus, os ecossistemas mais danificados serão os recifes de coral e o Ártico, de acordo com o relatório do IPCC.

Mais doenças

As alterações climáticas podem levar a um aumento do risco de doenças como malária, dengue, febre amarela e encefalite.

O risco de contrair salmonelose, cólera e outras doenças de origem alimentar ou hídrica aumentará.

As ondas de calor provocarão a morte de milhares de pessoas por ano e a diminuição da produtividade agrícola agravará a desnutrição.

Doenças respiratórias e outras ligadas ao calor irão crescer
Doenças respiratórias e outras ligadas ao calor irão crescer Doenças respiratórias e outras ligadas ao calor irão crescer

Aumento do nível do mar

O nível médio do mar é um dos melhores indicadores das alterações climáticas. Embora o nível tenha permanecido relativamente estável em 2017, de acordo com o relatório da OMM, entre 1901 e 2010 aumentou 19 centímetros devido ao aquecimento global.

O estudo do IPCC prevê um aumento de 26 a 82 centímetros no nível do mar até 2100. O intervalo é maior que o do relatório de avaliação anterior, que variou de 18 a 59 centímetros.

A subida do nível do mar afetará principalmente as ilhas, os litorais e as aglomerações humanas - deslocações por inundações, turismo, abastecimento de água, pesca, infraestruturas, terrenos agrícolas e regiões úmidas.

A qualidade e a quantidade das fontes de água potável serão reduzidas através do aumento das águas salinas.

Quem será afetado pelas mudanças climáticas?

A capacidade de lidar com as mudanças climáticas está relacionada ao nível de desenvolvimento.

Furacão Dorian arrasou as Bahamas em 2019
Furacão Dorian arrasou as Bahamas em 2019 Furacão Dorian arrasou as Bahamas em 2019

Os países em desenvolvimento são mais vulneráveis às mudanças climáticas, pelas quais devem ser afetados "de forma desproporcional" com a intensificação de ciclones tropicais, chuvas torrenciais e outros fenômenos.

No entanto, embora Europa e América do Norte sejam as regiões mais bem preparadas para suportar os efeitos das alterações climáticas, também notarão os efeitos adversos, especialmente no sul europeu e, em especial, na Península Ibérica, uma das regiões mais vulneráveis e de maior risco.

Os relatórios em discussão

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicou cinco Relatórios de Avaliação desde a sua criação, em 1988. Em 2014, o quinto relatório do IPCC (AR5) foi publicado em Copenhague e serviu de base para as negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2015, que resultou no Acordo de Paris.

- 1990, que levou à criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

- 1995, que forneceu informações fundamentais para as negociações que conduziram ao Protocolo de Kyoto.

- 2001, que contribuiu com evidências científicas da mudança climática e serviu para orientar as políticas nacionais e locais a combatê-la.

- 2007, cuja principal contribuição foi feita em Copenhague, em dezembro de 2009. No entanto, embora o desafio da COP15 fosse conseguir um tratado pós-Kyoto, apenas um acordo mínimo não vinculativo sem metas de redução de gás foi alcançado.

- 2014, que observou que as alterações climáticas são inequívocas e com maior certeza sobre a influência humana, e alertou para o fato de que apenas reduções rigorosas das emissões podem evitar danos irreversíveis e limitar o seu impacto de forma razoável.

Foram publicadas três partes do AR5 do IPCC: em Estocolmo (setembro de 2013), sobre a base científica da mudança climática; Yokohama (março de 2014), sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade; e Berlim (abril de 2014), onde pela primeira vez abordou o financiamento da mudança climática e refletiu que o investimento está muito aquém do que é desejável.

O IPCC também publicou dois relatórios especiais, um publicado na cidade sul-coreana de Incheon em outubro de 2018 - destacando a importância e a missão urgente de limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau, conforme recomendado pelo Acordo de Paris - e outro, em agosto de 2019, publicado em Genebra, estabelecendo pela primeira vez a ligação direta entre a crise climática e fenômenos como a degradação do solo.

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