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Em discurso dos 100 dias, Biden apresentará reformas ao Congresso

No primeiro pronunciamento no Capitólio, presidente dos EUA vai apresentar planos para mudanças nas áreas fiscal e da educação

Internacional|Da AFP


O presidente dos EUA, Joe Biden, falará nesta quarta-feira (28) à noite, pela primeira vez diante do Congresso do país, em um discurso que irá consolidar sua vontade reformadora, em particular na questão fiscal, após um vigoroso início de mandato.

Leia também: Biden tem desempenho melhor que Trump nos primeiros 100 dias

Na véspera de cumprir os primeiros 100 dias no poder, Biden vai expor seu projeto para as "famílias norte-americanas", que contém um "investimento histórico" em educação e na infância, por uma quantidade próxima de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10,7 trilhões).

O plano, que despertou a ira dos republicanos, é ambicioso: prevê US$ 1 trilhão (o equivalente a R$ 5,35 trilhões) em investimentos públicos, especialmente em educação, e US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,3 trilhões) em cortes de impostos para a classe média.

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Para financiar tudo isso, o democrata irá propôr cancelar os cortes de impostos para os mais ricos aprovados no governo de Donald Trump e aumentar o imposto sobre a renda de capital para os norte-americanos mais ricos, cerca de 0,3% da população. 

O plano é apoiado em uma promessa: nenhum norte-americano que ganhe menos que US$ 400 mil (cerca de R$ 2,13 milhões) por ano terá aumento de impostos, segundo indicou um membro do governo que pediu para não ser identificado.

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O discurso também vai marcar o início de um intenso debate no Congresso, já que apesar do plano de alívio para uma economia atingida pela pandemia de US$ 1,9 trilhão (cerca de R$ 10 trilhões) ter conseguido ultrapassar os obstáculos, as negociações do seu gigantesco plano de infraestrutura e da reforma educacional serão mais divisivos.

O plano requer a aprovação por um Congresso muito dividido, com uma leve maioria dos democratas, mas que não garante a tramitação dos projetos.

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A maior parte das leis precisa de uma maioria de 60 a 40 no Senado, onde o partido do presidente, se não conseguir nenhum voto republicano, vence apenas por 51 a 50 quando a vice-presidente Kamala Harris tem direito a votar como presidente da casa.

A aposta do governo é gerar uma "economia forte e inclusiva para o futuro", indicou um alto funcionário do governo.

Vários veículos da imprensa especulam que a taxa que será imposta aos mais ricos pode até dobrar, passando dos 20% atuais para 39,6%.

"Como Bernie Sanders"

"O presidente Biden se apresentou na campanha como um moderado, mas até agora ainda não consegui encontrar uma única decisão que demonstre um sentido de moderação", disse ironicamente o republicano Mitch McConnell, líder da oposição no Senado.

Em um editorial agressivo, o The Wall Street Journal afirmou que Biden teve "sorte" tanto nas vacinas como na recuperação econômica, e que não aproveitou a oportunidade para "unir o país".

Citando aumentos de impostos sem precedentes desde 1968 e um nível de gastos "nunca visto desde a década de 1960", o jornal lamenta que Biden tenha decidido governar "como Bernie Sanders".

Na tribuna dos 100 dias, o presidente democrata provavelmente vai destacar o progresso "impressionante" que o país conseguiu na luta contra a covid-19, segundo as palavras que ele mesmo usou na última terça para descrever a rápida campanha de vacinação.

Cerca de 96 milhões de pessoas, o equivalente a quase 30% da população, já completaram o calendário de vacinação e na terça as autoridades sanitárias recomendaram que as pessoas já imunizadas — que desenvolveram anticorpos após serem vacinadas — não precisam mais usar máscaras em locais abertos, a não ser em eventos com multidões.

"O presidente está trabalhando neste discurso há várias semanas", destacou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

A secretária de imprensa também indicou que Biden irá falar de sua determinação para que os EUA "recuperem seu lugar no mundo" e que abordará as relações com a China.

Os discursos presidenciais no Capitólio são sempre marcados por pompa e solenidade, mas neste ano, a cerimônia que começa às 22h (horário de Brasília) desta quarta acontecerá em um ambiente restrito e marcado pela pandemia.

Convidados "virtuais"

No lugar das 1,6 mil pessoas que normalmente comparecem a essas ocasiões, o número ficará restrito a 200. E os legisladores puderam entregar uma lista de convidados, que seria apenas "virtual".

John Roberts, presidente da Suprema Corte, será o único representante da instituição. O secretário de Estado, Antony Blinken, líder da diplomacia do país, também terá um lugar, assim como o secretário de Defesa, Lloyd Austin. O resto do governo assistirá pela televisão.

Com a pandemia, não será necessário escolher o "sobrevivente designado", uma tradição segundo a qual um membro do gabinete permanece em segurança em outro local, para manter a continuidade do governo no caso do edifício do Capitólio sofrer um ataque.

Outra novidade é que Biden estará ladeado por duas mulheres, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, e por Kamala Harris, a primeira mulher vice-presidente do país.

A expectativa é que a atmosfera seja mais relaxada que o último pronunciamento de um presidente norte-americano diante do Congresso, o discurso do Estado da União que o republicano Donald Trump proferiu em fevereiro de 2020.

Antes da cerimônia, Trump evitou, sem tentar disfarçar, dar a mão a Pelosi e, quando terminou de falar, a líder da bancada democrata rasgou o papel que continha o discurso do agora ex-presidente.

Até o momento, Biden passou 100 dias projetando uma imagem de uma presidência sem dramas nem escândalos, diferente da do antecessor.

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