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Entenda o que são armas químicas e por que são proibidas

Munição usada de forma significativa na Primeira Guerra Mundial lança produtos químicos com o objetivo de causar dano ou morte

Internacional|Sofia Pilagallo, do R7


Imagem mostra projéteis contendo gás mostarda nas instalações de armazenamento de armas químicas de Pueblo, no estado americano do Colorado
Imagem mostra projéteis contendo gás mostarda nas instalações de armazenamento de armas químicas de Pueblo, no estado americano do Colorado

A Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas) comunicou, na última sexta-feira (7), a destruição "de forma irreverssível" de todos os arsenais declarados de substâncias tóxicas que poderiam ser usadas em conflitos para matar ou causar danos ao inimigo.

O anúnciou foi feito após o presidente americano, Joe Biden, afirmar que o país destruiu cerca de 500 toneladas de agentes químicos letais armazenados no depósito Blue Grass, instalação militar localizada no estado do Kentucky. 

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"Algumas das principais armas químicas são o cloro (asfixiante), o gás mostarda (que produz bolhas dolorosas em todo o corpo) e agentes neurotóxicos como o sarin, o VX e o Novichok, que produzem paralisia e a morte", aponta o professor de Relações Internacionais e especialista em segurança e defesa Bernardo Wahl, da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).

Uso em conflitos

A Convenção de Haia proibiu, em 1899, o uso de projéteis que difundiam gases asfixiantes ou deletérios. O professor destaca que as armas químicas foram usadas por várias sociedades ao longo da história, mas foi na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que começou a chamada guerra química “moderna”.

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"Ambos os lados (Tríplice Aliança e Tríplice Entente) buscavam romper o impasse da guerra de trincheiras, caracterizando uma verdadeira 'guerra de gás'”, diz Wahl.

Em 1925, o Protocolo de Genebra proibiu quaisquer gases asfixiantes, venenosos ou outros, reforçando o tabu em torno das armas químicas.

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Posteriormente, a Opaq, que já teve entre seus diretores o diplomata brasileiro José Maurício Bustani, implementou a Convenção de Armas Químicas, que entrou em vigor no ano de 1997.

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Wahl explica que as armas químicas têm uma natureza "indiscriminada" por matar ou atingir combatentes e não combatentes. Além disso, podem trazer danos permanentes, mesmo após o fim do conflito. Outra questão é a dificuldade de transportar e manusear esse tipo de munição.

Apesar disso, substâncias tóxicas foram usadas em diversos fronts.

Na Guerra do Vietnã (1955-1975), os EUA usaram o Agente Laranja como desfolhante. 

Na Guerra Irã-Iraque (1980-1988), o líder iraquiano Saddam Hussein usou agentes nervosos, como o gás sarin e o agente mostarda. 

Na Guerra da Síria (desde 2011), o governo sírio foi acusado de realizar ataques com agentes químicos, como gás sarin e cloro, contra a população civil. 

O grupo Estado Islâmico (EI) teria utilizado armas químicas em algumas ocasiões durante o conflito na Síria e no Iraque entre 2014 e 2017.

Armas de destruição em massa

Em 1948, a Comissão de Armamentos Convencionais da ONU classificou como armas de destruíção em massa armas nucleares, biológicas, radiológicas e químicas. Essa definição foi feita três anos após o lançamento de armas atômicas no Japão pelos EUA.

Apesar disso, especialistas evidenciam a necessidade de se fazer uma distinção entre cada um desses armamentos colocados na mesma categoria.

"Ataques com armas químicas ou biológicas nunca produziram os resultados que os militares esperavam. Todavia, a nomenclatura se deve também ao potencial de destruição em massa de tais armas", explica o professor da FESPSP.

Ao mesmo tempo em que essas armas nem sempre causam destruição em massa, muitas vezes, o uso de armamento convencional pode causar destruição em massa, a exemplo dos casos de bombas explosivas e incendiárias em Tóquio, no Japão, e em Dresden, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial.

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