Entrada de brasileiros nos EUA poderá ser facilitada com Trump, diz embaixador
Já a total isenção de visto para brasileiros que querem visitar o País ainda deve demorar
Internacional|Da Agência Brasil

A entrada de brasileiros nos Estados Unidos poderá ser simplificada com Donald Trump, segundo análise do embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral. Ele disse acreditar que a curto prazo, a concessão de vistos àqueles que fazem visitas frequentes ao País, seja a negócios ou para algum tipo de intercâmbio, poderá ser facilitada. Já a total isenção de visto para brasileiros que queiram visitar os Estados Unidos ainda deve demorar mais.
— A concessão de vistos poderá ser facilitada para os que fazem visitas frequentes, muitas vezes a negócios, ou intercâmbio universitário e acadêmico para aqueles que viajam com frequência e que tiram vistos com mais frequência. Eles poderão ter, seja um visto com mais duração ou até mesmo a isenção.
A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Revista Brasil, transmitido pela Rádio Nacional de Brasília, Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Rádio Nacional da Amazônia e Rádio Nacional do Alto Solimões.
A intenção é que o Brasil integre a lista de países cujos cidadãos possam participar do programa Global Entry (Entrada Global), que simplifica a entrada dos visitantes, informou o ministro. Atualmente, participam do programa a Colômbia, o Reino Unido, Alemanha, Panama, Singapura, Coreia do Sul, Paixes Baixos e cidadãos mexicanos.
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Já a isenção de visto para que brasileiros visitem o País ainda deve demorar. Isso porque, para que a questão seja discutida nos Estados Unidos, é preciso que o país solicitante tenha um índice menor a 3% de pedidos de visto negados.
— Com o agravamento da crise no Brasil, a porcentagem de pedidos de visto negados aumentou. No momento, não estamos em um período favorável para a negociação desses vistos. Mas acho que podemos retomar esses temas tão logo a situação econômica brasileira melhore e o número de vistos que não são concedidos reduza o seu percentual.
Donald Trump, o candidato do Partido Republicano que ganhou uma das eleições mais surpreendentes da história norte-americana, será a partir de hoje (20) o 45º presidente dos Estados Unidos. Quase 1 milhão de pessoas são esperadas para assistir à cerimônia no Capitólio, sede do Congresso americano. O juramento de posse ocorrerá às 12h, em Washington, 15h em Brasília. Em seguida, Trump fará seu primeiro pronunciamento como presidente.
Durante a campanha, Trump repercutiu ideias polêmicas e acentuou debates protecionistas e de restrição comercial que devem atingir países como a China e o México. Na avaliação de Amaral, o Brasil não deve ser impactado.
— O Brasil não tira investimento dos Estados Unidos e leva para o nosso país, reduzindo as possibilidades de emprego [nos Estados Unidos]. Os investimentos americanos estão em nosso país há décadas e não há nenhum movimento de saída de investimento para o Brasil que possa prejudicar o nível de emprego nos Estados Unidos.
Segundo ele, nos últimos anos, o Brasil investiu US$ 30 bilhões nos Estados Unidos e criou quase 100 mil empregos.
— O novo governo americano vai dar importância ao componente empresarial. O próprio presidente eleito, que toma posse hoje, já disse que quer que empresas americanas desempenhem um papel importante na diplomacia amaricana e que os Estados Unidos tenderão a privilegiar acordos bilaterais de comércio e investimento. Para nós, isso é uma grande vantagem.
Segundo o embaixador, a relação do Brasil com os BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] não deve mudar.
— São coisas diferentes que tem que ser mantidas em planos diferentes.
De acordo com o embaixador, Brasil e Estados Unidos deverão ajustar cada vez mais os critérios que dificultam a entrada de produtos em solo americano. Isso significa uma convergência regulatória que aproxime os critérios de identificação de produtos, de qualidade, de segurança sanitária, e outros.
Em uma eleição que dividiu o povo americano, Trump toma posse em meio a protestos. Ontem houve protestos em Whashington e Nova York. Novos protestos estão previstos também em outros países. A Marcha das Mulheres, por exemplo, vai ocorrer em Portugal.
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Considerado o candidato à Presidência dos EUA mais polêmico e improvável dos últimos anos, o republicano Donald Trump surpreendeu a todos nas eleições de novembro do ano passado e, nesta sexta-feira (20), tomou posso como novo presidente da maior potência mundial. Com declarações xenófobas e sexistas, o bilionário atraiu eleitores ultraconservadores e desencantados com a política, mas também foi alvo de diversas críticas, escrevendo um novo capítulo na história norte-americana e do mundo