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Espanha é obrigada a indenizar mãe de filha morta pelo pai há 15 anos

Em 2003, o ex-marido de Ángela González matou a filha Andrea, de 7 anos, e se matou, durante visita sem supervisão autorizada pela Justiça

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Ángela González passou os últimos 15 anos buscando justiça pela filha
Ángela González passou os últimos 15 anos buscando justiça pela filha Ángela González passou os últimos 15 anos buscando justiça pela filha

O governo espanhol terá de pagar uma indenização por danos morais de 600 mil euros (cerca de R$ 2,6 milhões) para a mãe de uma menina que foi morta pelo pai há 15 anos. O Tribunal Supremo da Espanha divulgou a decisão nesta sexta (21).

Ángela González processou o Estado espanhol depois que seu ex-marido matou com três tiros a filha, Andrea, 7, e se suicidou. O crime aconteceu durante uma visita sem supervisão, autorizada por um juiz mesmo depois de 47 denúncias de maus tratos, violência e ameaças feitos pela mãe.

Sentença via ONU

Durante mais de uma década, a mãe recorreu a todas as instâncias da Justiça espanhola em busca de reparação pela morte da filha. Como nunca foi atendida, recorreu a um órgão da ONU, o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW, na sigla em inglês), que lhe deu razão.

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Uma em cada 100 mulheres foi à Justiça por violência doméstica

Na sentença do Tribunal Supremo, o próprio órgão reconhece que o país não deu o "apoio necessário" a Ángela González. Foi a primeira vez que o governo espanhol foi obrigado pela mais alta corte do país a cumprir uma resolução da ONU.

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A mãe, em um áudio distribuído por uma entidade que a ajudou no recurso, comemorou a decisão desta sexta. "Espero que esta sentença sirva para que a Justiça nunca mais entregue nossos filhos a um pai abusivo", disse Ángela.

Histórico de maus tratos

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As primeiras denúncias de Ángela contra o ex-marido foram em 1996, quando ela ainda estava grávida de Andrea. Em 1999, como as agressões persistiam, a mãe fugiu de casa com a filha.

Durante o processo de divórcio, um juiz definiu que o pai teria direito a ver a filha, mas que todas as visitas teriam de ser supervisionadas. Depois de dois anos, outro juiz aceitou um recurso do pai, dando a ele o direito de ficar com a filha um dia por semana, da saída da escola ao início da noite.

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Em 24 de abril de 2003, depois de uma audiência em que o casal disputava o uso do apartamento da família, o pai se aproximou de Ángela e disse: "vou te tirar aquilo que você mais deseja". Naquela noite, ele matou a menina e se matou.

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