Ex-oficiais dos EUA mantinham conversas secretas com russos, diz rede de notícias americana
A comunicação com figuras ligadas ao Kremlin, como o ministro das Relações Exteriores, girava em torno da guerra na Ucrânia
Internacional|Larissa Crippa*, do R7
![Ex-oficiais de segurança nacional dos EUA tiveram conversas secretas com russos influentes](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/2W7S52WZBROEVMY5OQ3ZU5CCWI.jpg?auth=2ac23883d145cfe3cbd5f1468bea71c8717e9cd326b272289611a16f65be8594&width=770&height=419)
Um grupo de ex-oficiais de segurança nacional dos Estados Unidos mantiveram conversas secretas com russos influentes próximos ao Kremlin, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. O objetivo era estabelecer bases para negociações potenciais que visavam ao fim da guerra na Ucrânia.
Segundo o portal NBC News, em abril Lavrov se encontrou com membros do grupo por várias horas, em Nova York. Os assuntos discutidos incluíram questões delicadas da guerra na Ucrânia, como o destino de territórios ocupados pela Rússia que a Ucrânia pode não conseguir recuperar e a busca por uma saída diplomática que seja aceitável para ambas as partes.
Os ex-oficiais dos EUA envolvidos nas discussões, como Richard Haass e Charles Kupchan, discutiram a possibilidade de manter canais de comunicação abertos com a Rússia e explorar oportunidades futuras de negociação e diplomacia para encerrar a guerra.
As conversas foram conduzidas com o conhecimento da administração Biden, mas sem seu direcionamento. Os ex-oficiais informaram ao Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca sobre o ocorrido após a reunião com Lavrov.
Essas discussões são conhecidas como "diplomacia Track Two" ou "Track 1.5". Elas envolvem cidadãos comuns, que não fazem parte do governo atualmente, mas contam também com a participação de oficiais atuais.
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Essas conversas informais têm gerado controvérsia. Alguns especialistas em política externa e diplomatas americanos estão preocupados com a falta de representação direta da Ucrânia nas negociações e argumentam que o futuro do país não deve ser decidido por acordos entre grandes potências nos bastidores. Acredita-se também que a presença de intermediários possa enfraquecer a posição da Ucrânia nas negociações.
As discussões ocorrem em um momento em que os Estados Unidos e seus aliados estão pressionando Moscou e Kiev pela retomada das negociações de paz, após o término da ofensiva militar em curso na Ucrânia. O diretor da CIA, William Burns, visitou recentemente a capital ucraniana e conversou com autoridades do país sobre a perspectiva de iniciar as negociações de paz até o fim do ano.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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