Irã diz que restos de urânio enriquecido investigados pela ONU vieram do exterior
Agência Internacional de Energia Atômica denuncia há meses 'falta de respostas tecnicamente confiáveis' de Teerã sobre o assunto
Internacional|Do R7
![Irã afirmou que os resquícios de urânio enriquecido encontrados no país vieram do exterior](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/UX4YGDRSLZNRJKMBPLQSITL6DU.jpg?auth=6e29a602153b2f6b382245fd88edd2b70db61ba6380f270b3ac992fd05c7f58e&width=771&height=419)
O diretor da Agência de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami, afirmou que os resquícios de urânio enriquecido encontrados no país, que estão sendo investigados pelo órgão de controle nuclear da ONU, vieram do exterior.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) denuncia há meses a "falta de respostas tecnicamente confiáveis" de Teerã sobre a presença de urânio enriquecido em três localidades do país.
O caso levou a AIEA a adotar duas resoluções contra a república islâmica.
As instalações iranianas que, "segundo os serviços [de inteligência] estrangeiros abrigaram atividades nucleares" são "uma área de criação de gado, uma mina abandonada e um depósito de lixo", declarou o diretor do órgão iraniano, numa entrevista publicada na quinta-feira (8) pelo jornal Hamshahri.
Segundo ele, os inspetores da AIEA recolheram "amostras de resíduos que entraram no Irã procedentes de diferentes países".
"Isso não significa que o local da descoberta fosse [...] de atividade nuclear não declarada", explicou.
"Em muitos casos, descobrimos que os resíduos importados do Iraque [...] estavam contaminados", acrescentou. "Não eram substâncias nucleares fabricadas por nós", insistiu.
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O Irã e o G5+1 (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido mais Alemanha) iniciaram conversas em abril de 2021, em Viena, para ressuscitar um acordo internacional de 2015 que garantia o caráter civil do programa nuclear iraniano, acusado de buscar armas nucleares.
Mas as negociações estão paralisadas, sobretudo pela questão que envolve essas três localidades, sobre as quais a AIEA pede explicações acerca da presença de resquícios de urânio enriquecido.
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Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo à mostra. Mahsa entrou em coma e morreu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã afirmou que a jovem morreu devido a uma doença, mas a família da vítima afirma que ela era perfeitamente saudável e teria morrido após ter sido espancada