Mais de 300 civis morrem em três meses de ataques aéreos na Etiópia, segundo a ONU
Nações Unidas acreditam que os bombardeios tenham sido realizados pela Força Aérea do próprio país
Internacional|Do R7
![Conflito no Tigré começou em novembro de 2020 em ataque a um grupo político](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/JBX4ZLIWLRL5TOK5R26KFT7XUE.jpg?auth=1ca06e903a69d5aa599b41655733b16d5ac77741819576536bea60fa4f87f2a1&width=771&height=419)
O Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos disse nesta segunda-feira (7) que pelo menos 304 civis foram mortos desde o fim de novembro em uma série de ataques aéreos no norte da Etiópia, devastado pela guerra, principalmente na região de Tigré.
A situação dos direitos humanos e da segurança na Etiópia "deteriorou-se significativamente" desde o fim de novembro, denunciou Michelle Bachelet em seu discurso perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Bachelet disse que, entre 22 de novembro de 2021 e 28 de fevereiro deste ano, seu escritório "continuou a receber denúncias de violações graves e em larga escala dos direitos humanos no contexto da expansão do conflito nas regiões de Afar e Amhara, além do Tigré".
A representante das Nações Unidas expressou preocupação particular com o grande número de ataques aéreos aparentemente realizados pela Força Aérea da Etiópia, principalmente no Tigré, mas também em Afar.
O escritório de Bachelet registrou "304 mortes e 373 feridos devido ao bombardeio aéreo durante o período do relatório", informou.
Bachelet destacou que ataques contra civis e infraestruturas civis também foram realizados por outras partes do conflito, inclusive pelas forças do Tigré, e alertou para relatos de estupro e violência sexual.
O conflito no Tigré começou em novembro de 2020, depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou tropas para derrubar o TPLF, o antigo partido no poder na região.