Presidente da COP26 afirma que fim do carvão está próximo
Quarenta e dois países e uma centena de instituições assinaram acordo comprometendo-se com adesão a fontes limpas de energia
Internacional|Do R7
O presidente da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — a COP26 —, Alok Sharma, elogiou nesta quinta-feira (4) os compromissos de abandono progressivo do uso de combustíveis fósseis alcançados na cúpula do clima em Glasgow, na Escócia, e disse que "o fim do carvão está à vista".
"Os países estão virando as costas ao carvão e buscando fontes de energia mais baratas e renováveis", disse Sharma, em entrevista coletiva durante o dia da COP26 dedicado à transição energética.
Quarenta e dois países aderiram a uma declaração que defende o fim da construção de usinas a carvão e está comprometida com a promoção de fontes de energia limpa. No total, cerca de 190 governos nacionais, regionais e empresas assinaram esse compromisso.
Sharma destacou que, durante a COP26, cerca de US$ 18 bilhões (aproximadamente R$ 101 bilhões) foram mobilizados em novos fundos para financiar essa transição energética.
"Sabemos que a transição deve ser justa. Novas ferramentas estão surgindo para que isso aconteça. Bancos de desenvolvimento, iniciativas filantrópicas e o setor privado estão apoiando e ajudando países ao redor do mundo", afirmou.
Desde que o Acordo de Paris foi assinado, em 2015, houve uma redução de 76% nos projetos de novas usinas a carvão globalmente, disse o ex-ministro de Negócios e Energia do Reino Unido.
O presidente da cúpula do clima afirmou que as negociações técnicas das delegações nacionais em Glasgow continuam preparando os primeiros esboços das conclusões que serão apresentadas no fim da reunião, dentro de uma semana e meia.
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"Alguns desafios estão surgindo", admitiu Sharma, que mesmo assim enfatizou que esses obstáculos são "parte do caminho" e estava convencido de que "o consenso começará a surgir".
Os compromissos hoje anunciados em matéria de energia contribuirão de forma decisiva para o cumprimento das condições para manter "em vista" o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 grau, afirmou.