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Presidiários e animais ficam para trás na chegada do furacão Florence

Com ordem de evacuação, moradores das Carolinas saíram de casa, mas detentos continuam nas prisões, assim como os animais nos aquários

Internacional|Gabriela Lisbôa, do R7

Presidiários ficaram em Ridgeland apesar de furacão
Presidiários ficaram em Ridgeland apesar de furacão Presidiários ficaram em Ridgeland apesar de furacão

A chegada do furacão Florence fez com que os governos da Carolina do Norte e da Carolina do Sul dessem uma ordem de evacuação, que deveria ser cumprida, principalmente, por quem vive na região costeira, mais vulnerável à força dos ventos e da chuva. As pessoas obedeceram, deixaram suas casas, mas os presidiários e os animais em exposição nos aquários ficaram para trás.

O furacão perdeu força e passou da categoria quatro para categoria 1, mas isso não significa que não possa causar estragos. Ele já começa a provocar chuva e inundações na região.

Detentos não vão ser transferidos para outras prisões

Na Carolina do Sul, quem ficou para trás foram as pessoas que estão nos presídios, ou instituições correcionais, como são chamados, apesar de uma ordem de evacuação na região.

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Segundo o jornal The Independent, 650 homens estão na Instituição Correcional MacDougall, no condado de Dorchester. Outra prisão no Condado de Jasper, o Instituto Correcional de Ridgeland, também não foi esvaziada, de acordo com o Estado, outro jornal local.

O porta-voz do Departamento de Correções da Carolina do Sul, Dexter Lee, disse ao jornal Vice News que “é mais seguro permanecer no local com os presos do que se mudar para outro local”.

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O Centro Nacional de Furacões informou que o furacão Florence pode ser "fatal". Em resposta, durante uma coletiva de imprensa, o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, afirmou que "não iremos apostar vidas. Nenhuma".

Enquanto isso, a Virgínia e a Carolina do Norte, também no caminho da tempestade, retiraram alguns detentos de prisões estaduais, à medida que o furacão Florence se aproximava — mesmo assim algumas cadeias locais da Virgínia decidiram deixar internos no local.

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Não é a primeira vez que a Carolina do Sul decide evacuar a região e deixar os detentos para trás. Isso aconteceu quando um furacão chegou ao Estado em 1999. Na época, segundo o jornal Post, o porta-voz de uma das prisões disse que “é mais seguro para o público, oficiais e detentos ficar no lugar em vez de transferir e manter todos em um local secundário”.

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De acordo com o jornal Vice, no ano passado, quando o furacão Harvey passou pela região de Houston, detentos que não foram retirados das prisões relataram escassez de alimentos, falta de água potável e inundações de esgoto. Muitos presos enfrentaram a tempestade ainda trancada em suas celas.

Em Porto Rico, depois da passagem do furacão Maria, durante o processo de relocação após o furacão, 13 presos escaparam.

A notícia da não evacuação das prisões da Carolina do Sul vem logo após as greves nacionais e protestos dos presos para exigir o fim do trabalho forçado e condições frequentemente desumanas nas prisões dos EUA.

Esses protestos começaram em resposta a problemas relatados nas prisões da Carolina do Sul. No início deste ano, uma rebelião na Instituição Correcional de Lee, na Carolina do Sul, foi apelidada de “evento de baixa em massa” por funcionários do Estado depois que sete detentos foram mortos e pelo menos outros 17 ficaram feridos.

Animais foram abandonados nos aquários

No caso dos animais de estimação, funcionários dos três principais aquários localizados nas vulneráveis ilhas barreira Outer Banks, na Carolina do Norte foram forçados a deixar o local depois que foram dadas ordens de evacuação obrigatória, segundo publicou o jornal local Vox.

Diversas espécies de peixes, tubarões, répteis e tartarugas marinhas ficaram para trás e devem enfrentar sozinhas a fúria do furacão Florence. O centro do furacão deve se aproximar da costa da Carolina do Norte na tarde desta sexta-feira (14) e seguir para o sudoeste ao longo da costa antes de virar para o interior no sábado, segundo o Centro Nacional de Furacões de Miami.

Leia mais: Voluntários fazem fila para abrigar cães antes do furacão Florence

Os funcionários dos aquários contaram que fizeram o possível para deixar os animais em segurança. Eles foram alimentados e alguns transferidos para locais considerados mais seguros dentro dos mesmos prédios. Além disso, os níveis de água foram completados e os geradores foram deixados em circulação para oxigenar a água. Mas isso não é o suficiente para garantir a segurança de todos.

"Eles são parte de nossa família", disse Danielle Bolton, porta-voz do aquário Pine Knoll Shores, que foi fechado ao público na terça-feira. "É muito devastador ter que fechar e não saber exatamente o que vai acontecer."

Preocupada, Danielle Bolton declarou que a chegada do furacão é um evento angustiante e que a preocupação não pode ser só com as pessoas, mas com os animais também, afinal, eles podem ficar vulneráveis.

“Os tubarões podem passar de duas a três semanas sem comer. No entanto, normalmente não deixamos que fiquem tanto tempo sem alimento”, disse Danielle. “Na volta, podemos encontrar alguns peixes menores em falta. Esperamos que isso não aconteça”, concluiu.

Robin Nalepa, porta-voz do Aquário da Carolina do Norte, que fica a 30 quilômetros de Wilmington, um dos locais mais afetados, admitiu que os tratadores estão “muito preocupados com o que acontecerá". Ela destacou que parte do prédio foi construída há 40 anos, em 1976.

Veja as imagens marcantes da chegada do furacão Florence à Carolina do Norte:

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