O primeiro-ministro do Iraque, Adil Abdul-Mahdi, apresentou a renúncia ao cargo por escrito ao Parlamento neste sábado (30), na véspera de uma sessão extraordinária na qual os deputados poderiam retirar o apoio ao governante.
"A renúncia de Abdul-Mahdi foi apresentada por escrito à presidência do Parlamento de maneira oficial na tarde de hoje", informou à Agência Efe o porta-voz do premiê, Saad al Hadizi.
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Passados dois meses desde o começo dos protestos, iniciados em 1º de outubro, o primeiro-ministro anunciou a renúncia na sexta-feira passada, após dois dias sangrentos no sul do Iraque, onde a maioria da população é xiita. A violência foi condenada pelas principais autoridades desse ramo do irlã e líderes polícos, resultando na saída de Abdul-Mahdi.
O premiê explicou que decidiu renunciar após ter ouvido o discurso da maior autoridade religiosa xiita do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, que convitou os parlamentares a reconsiderarem o apoio ao governo, o qual classificou como "incompetente".
Na manhã deste sábado, o Conselho de Ministros anunciou em comunicado que aprovou a renúncia de Abdul-Mahdi em reunião extraordinária.
Na nota entregue ao Parlamento, Abdul-Mahdi pediu que os parlamentares "encontrem as soluções adequadas" e enfatizou que "atender os interesses do povo é o objetivo mais importante".
Os manifestantes cobram uma mudança completa do governo, o qual considera corrupto e responsável pela má gestão dos recursos e problemas econômicos do país, principalmente no sul, rico em petróleo, mas cuja população não se beneficia do recurso natural.