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Queda de ponte em Gênova acende polêmicas nacionalistas na Itália

Movimento 5 Estrelas culpa União Europeia por demora nas obras, mas tratava avisos sobre queda iminente da ponte como 'conto de fadas'

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Movimento 5 Estrelas havia chamado possível colapso da ponte de 'conto de fadas'
Movimento 5 Estrelas havia chamado possível colapso da ponte de 'conto de fadas' Movimento 5 Estrelas havia chamado possível colapso da ponte de 'conto de fadas'

A busca por responsáveis pela queda da Ponte Morandi, em Gênova, que matou pelo menos 39 pessoas na última terça-feira (14), está reacendendo polêmicas nacionalistas na Itália.

O Movimento 5 Estrelas, principal partido do governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte, responsabilizou a União Europeia por restrições orçamentárias que teriam atrasado uma reforma no viaduto.

Culpa da concessionária

Outros membros do gabinete afirmaram que a responsabilidade é da Autostrade, empresa privada que tinha a concessão da rodovia A10, uma das principais do país e a estrada à qual o viaduto dava acesso.

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Em abril, a União Europeia aprovou um plano de 8,5 bilhões de euros (cerca de R$ 37,2 bilhões) para a renovação do sistema de estradas da Itália, em especial a A10. O objetivo era criar um anel viário que retirasse da Ponte Morandi e do centro de Gênova a maior parte do movimento de carros e caminhões vindos da França.

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'Conto de fadas'

Curiosamente, o Movimento 5 Estrelas se posicionou contra o plano na época. Em um texto, hoje deletado do site oficial do partido, chegou a chamar a ameaça de que a Morandi pudesse cair, hipótese levantada por diversos especialistas nos últimos 10 anos, de "conto de fadas".

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Beppe Grillo, um dos fundadores do partido, era o principal líder de um movimento contra o plano de revitalização das estradas, chamado de "Gronda". Há menos de duas semanas, o ministro dos Transportes, Danilo Toninelli, havia questionado a necessidade de botar o plano em prática.

Histórico de problemas

Segundo a imprensa local, a A10 levou 50 anos para ser completamente renovada, devido a entraves políticos, corrupção e outros problemas. A estrada vai de Gênova até Ventimiglia, na fronteira com a França.

Os alertas não eram novos. Em 2012, Giovanni Calvini, então líder de uma confederação de indústrias da Itália, avisou em uma entrevista a um jornal de Gênova que a ponte poderia vir abaixo. Ele pedia que a entidade ajudasse num plano para melhorar o sistema viário da cidade. 

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"Em 10 anos, quando a Ponte Morandi cair e todos ficarmos parados no trânsito por horas, vamos lembrar de todos que não apoiaram a renovação", afirmou na época.

A manutenção das pontes na Itália é um problema antigo. Segundo um levantamento do jornal Corriere Della Sera, nos últimos cinco anos, dez pontes caíram no país. A maioria dos acidentes não teve vítimas fatais.

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