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Reino Unido vai suspender acordo de extradição com Hong Kong

Outros países envolvidos, como Austrália e Canadá, também já suspenderam o pacto, que havia sido firmado em 1997 com Pequim 

Internacional|Da Ansa Brasil

Manifestantes reúnem-se nas ruas de Hong Kong contra a nova Lei de Segurança
Manifestantes reúnem-se nas ruas de Hong Kong contra a nova Lei de Segurança Manifestantes reúnem-se nas ruas de Hong Kong contra a nova Lei de Segurança

O Reino Unido vai suspender o acordo de extradição que mantém com Hong Kong como mais uma forma de retaliar a China pela aprovação da polêmica lei nacional de segurança, confirmou o premier Boris Johnson nesta segunda-feira (20).

Com isso, os britânicos se negarão a enviar para o território semiautônomo qualquer pessoa considerada fugitiva ou procurada pelo governo chinês. O acordo havia sido firmado em 1997 com Pequim e também envolve Austrália e Canadá - que já suspenderam o pacto.

Para entrar em vigor, a medida precisa ser apresentada pelo governo para a Câmara dos Comuns, que é quem tem a palavra final sobre o tema.

"Eu não pretendo ser acusado de ser sinofóbico por um reflexo condicionado, automaticamente antichinês. Mas, precisamos responder a algumas graves preocupações [...] sobre o que está acontecendo em Hong Kong", disse Johnson a jornalistas durante uma visita a uma escola.

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Conversa com os americanos

Conforme anunciado, o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, vai se reunir com seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo, ainda nesta segunda. O britânico foi encarregado pelo próprio premier de "divulgar uma revisão dos acordos sobre a extradição que reflita nossas preocupações sobre a lei de segurança".

Johnson ainda lembrou que, além das questões envolvendo Hong Kong, há uma crescente preocupação com a situação da minoria uigur em Xinjiang e as "violações de direitos humanos".

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Essa é mais uma medida anunciada por Londres contra Pequim desde a implementação da polêmica lei de segurança nacional no território, no dia 30 de junho.

Outras medidas

Antes da suspensão do acordo, os britânicos revisaram e ampliaram a concessão de vistos e o consequente processo de cidadania para aqueles que tem um passaporte para trabalho no Reino Unido.

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Além disso, os britânicos excluíram a gigante chinesa Huawei da participação do desenvolvimento da tecnologia 5G no país.

Resposta chinesa

Pouco antes de Johnson confirmar a medida, a China havia dito que estava se opondo "com força" às medidas britânicas e que era para o governo não tomar a decisão de suspender o acordo para "não piorar as já desgastadas relações bilaterais".

Segundo o novo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, se Londres continuar com a medida, "tomaremos ações robustas contra ações que interferem nos assuntos internos chineses".

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"As recentes observações e medidas erradas do Reino Unido sobre Hong Kong estão ignorando os fatos de que a base da lei de segurança nacional contribui com a estabilidade e com o desenvolvimento de longo prazo do modelo 'um país, dois sistemas'. Elas violam o direito internacional e as normas fundamentais das relações internacionais, interferindo gravemente nos assuntos internos da China", concluiu Wenbin.

A polêmica lei de segurança nacional trata, entre outros pontos, de casos de subversão e secessão, terrorismo e permite a instalação de agências chinesas de segurança e inteligência que não se submetem ao poder local.

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