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Sobe para 61 o número de mortos em explosão de mesquita no Paquistão

Autoridades decretaram alerta máximo depois que homem-bomba deixou ao menos 150 pessoas feridas em ataque a quartel militar

Internacional|Do R7


Caixões das vítimas foram cobertos com a bandeira do Paquistão
Caixões das vítimas foram cobertos com a bandeira do Paquistão

Ao menos 61 pessoas morreram e 150 ficaram feridas em uma explosão, nesta segunda-feira (30), dentro de uma mesquita localizada no quartel-general da polícia da cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão — o que levou as autoridades a decretar alerta máximo em todo o país.

A explosão aconteceu durante a oração da tarde dentro da mesquita no complexo da polícia, que também abriga a sede de diversas agências de inteligência. As autoridades paquistanesas decretaram alerta máximo em todo o país após o ataque.

A cidade de Peshawar fica perto da fronteira com o Afeganistão. Equipes de emergência iniciaram uma corrida contra o tempo para tentar retirar as pessoas dos escombros, depois que um muro da mesquita e parte do telhado desabaram. 

"Há muitos policiais soterrados nos escombros", disse o comandante da polícia de Peshawar, Muhammad Ijaz Khan, que calculou a presença habitual de 300 a 400 agentes na oração.

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Um jornalista da AFP viu sobreviventes ensanguentados saírem dos escombros. "É uma situação de emergência", disse Muhammad Asim Khan, porta-voz do principal hospital de Peshawar. "Até o momento, tivemos 61 cadáveres, e 60 pessoas feridas estão recebendo cuidados médicos. Há mais dezenas de feridos, que foram enviados a outros dois hospitais da cidade."

No entanto, ao cair da noite, havia pelo menos quatro homens presos, visíveis entre as rachaduras, junto de corpos que ainda não tinham sido removidos. "Demos oxigênio a eles para que não tenham problemas para respirar", disse Bilal Ahmad Faizi, porta-voz da agência de resgate 1122.

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'Gritavam pedindo ajuda'

As autoridades decretaram alerta máximo na capital e em todo o país. Em Islamabad, franco-atiradores protegiam alguns edifícios nos pontos de acesso. 

"Os terroristas querem provocar medo nos encarregados de defender o Paquistão", disse o primeiro-ministro Shehbaz Sharif em um comunicado. "Aqueles que lutam contra o Paquistão serão varridos da face da terra."

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De acordo com a polícia, a explosão aconteceu na segunda fila de fiéis que rezavam. Equipes de retirada de minas foram enviadas ao local, devido ao temor de que a ação tenha sido um atentado suicida.

Shahid Ali, um policial de 47 anos que sobreviveu à explosão, disse à AFP que a detonação aconteceu poucos segundos depois de o imã ter iniciado a oração. "Vi uma fumaça preta. Corri para me salvar. Ainda escuto os gritos das pessoas. Gritavam pedindo ajuda", disse.

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O ataque ocorreu no dia em que estava programada uma visita a Islamabad do presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed ben Zayed Al Nahyan. A viagem foi cancelada na última hora desta segunda-feira — oficialmente, por causa das chuvas.

Na terça-feira (31), está programada a visita de uma delegação do FMI (Fundo Monetário Internacional) para negociar a liberação de um empréstimo e evitar que o país entre em moratória. 

Uma história de violência

Em março de 2022, um ataque suicida contra uma mesquita da minoria xiita em Peshawar — reivindicado pelo Estado Islâmico – Khorasan, um braço local do grupo extremista Estado Islâmico — deixou 64 mortos. O atentado foi o mais grave registrado no Paquistão desde 2018. 

Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados praticamente diários na primeira metade da década de 2010, mas a segurança melhorou ao longo dos anos. 

Nos últimos meses, no entanto, a cidade registrou muitos ataques, vários deles contra as forças de segurança. De modo geral, o país vivenciou um agravamento da situação de segurança, em particular desde que os talibãs retornaram ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021.

Após vários anos de relativa calma, o braço paquistanês dos talibãs, Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), além do Estado Islâmico – Khorasan e de grupos separatistas baluches, voltou a executar atentados. O Paquistão critica o Talibã por permitir que esses grupos utilizem o território afegão para planejar os ataques, algo que as autoridades de Cabul negam.

O Talibã do Paquistão é um movimento separado do que existe no Afeganistão, mas ambos têm raízes comuns. O grupo reivindicou vários ataques no último ano, mas uma das maiores atrocidades cometidas pelos talibãs paquistaneses, que marcou a opinião pública do país, foi o massacre de 150 pessoas em uma escola de Peshawar, em dezembro de 2014.

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