A Procuradoria-Geral da Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (7) que as sentenças de cinco condenados à morte em primeira instância pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018, foram reduzidas para 20 anos de prisão.
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O tribunal também condenou três dos réus a 10 anos de prisão e outros dois a sete anos, sem revelar a identidade de nenhum deles.
O porta-voz da Procuradoria disse que as decisões levaram em consideração o "direito legal do perdão da família do assassinado" e são "definitivas e devem ser aplicadas".
Sentenças e perdão
Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Sanções condenou cinco pessoas à morte por cumplicidade e participação no assassinato de Khashoggi, e três outras a penas de prisão que totalizam 24 anos, cada, pelo encobrimento.
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Entretanto, o tribunal absolveu dois dos principais réus: Saud al Qahtani, conselheiro do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, e Ahmed Asiri, chefe adjunto dos serviços secretos da Arábia Saudita.
O tribunal alega que não encontrou provas suficientes contra eles ou contra o cônsul da Arábia Saudita em Istambul, Mohamed Al Otaibi, em cujo escritório o jornalista foi supostamente morto e esquartejado.
Em maio deste ano, os filhos de Khashoggi anunciaram que estavam perdoando os assassinos de seu pai, coincidindo com o mês santo do Ramadã.
Segundo a lei islâmica, os parentes podem perdoar o assassino de seus entes queridos, e o perdão pode levar a uma suspensão da execução.