O diretor da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada, anunciou no fim de semana que a maconha deverá ser vendida de maneira oficial pelo governo uruguaio. O projeto antidrogas impulsionado pelo presidente do Uruguai, José Mujica, já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e se tornará lei ser for aprovado no Senado.
Cada grama custará R$ 5,75 (US$ 2,50), um valor que está de acordo com o praticado no mercado negro e foi estabelecido para não permitir desvios do produto, segundo informações da agência de notícias Télam.
O projeto de lei permite apenas a venda de, no máximo, 40 gramas de maconha por mês para cada usuário. Somente pessoas maiores de 18 anos poderão fazer a compra em farmácias licenciadas.
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Os usuários serão registrados para que apenas os moradores do Uruguai tenham acesso à compra oficial de maconha, ou seja, turistas não poderão comprar a erva. O cultivo de até seis plantas também foi liberado.
“Esse projeto busca regular um mercado que hoje está totalmente desregulado e controlado pelo narcotráfico, um mercado do qual fazem parte cerca de 120 mil pessoas”, disse Calzada. Em todo o país, o tráfico de drogas gera lucros de quase R$ 70 milhões (US$ 30 milhões) anualmente.
— Cada pessoa que nós trouxermos para o mercado regulado é uma pessoa que nós afastamos do narcotráfico.
Calzada acrescentou que a lei “identifica a existência deste mercado e estabelece regras que permitem que ele se torne mais transparente, limitado, regulado e controlado pelo Estado para o benefício da sociedade”. De acordo com os dados da Junta Nacional de Drogas, 20% dos uruguaios com idades entre 15 e 65 anos já consumiram maconha alguma vez em sua vida.
— Entre oito e 10% dos usuários estabelecem relações com o crime organizado para compra da maconha, apesar de o consumo dela ser legal em nosso país.
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