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Vídeo mostra situação de meninas envenenadas no Irã 

Jovens sentem náuseas, dores de cabeça e dificuldade para respirar, mas quadro de saúde não é considerado grave 

Internacional|Do R7, com informações da AFP


Escolas femininas estão sendo alvo de envenenamento no Irã desde o ano passado
Escolas femininas estão sendo alvo de envenenamento no Irã desde o ano passado

Novos casos de intoxicação de estudantes iranianas foram relatados no último sábado (4) em pelo menos cinco províncias do Irã, segundo a imprensa local. 

Centenas de casos de envenenamento por gás foram registrados nos últimos três meses em diversos locais, principalmente na cidade de Qom. 

As agências de notícia Tasnim e Mehr informaram que dezenas de meninas foram levadas para hospitais das províncias de Hamedan (oeste), Zanjan e Azerbaijão Oriental (noroeste), Fars (sul) e Alborz (norte).

Apesar dos problemas respiratórios, náuseas e dores de cabeça, o estado de saúde das alunas não é considerado grave pelos médicos.

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Um usuário do Twitter compartilhou um vídeo do interior de um hospital iraniano onde diversas meninas recebiam atendimento após terem se intoxicado em escola.

No vídeo, as crianças aparecem desnorteadas em macas e respirando com a ajuda de máscara de oxigênio. 

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O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, ordenou na sexta-feira (3) aos ministérios do Interior e de Inteligência que "impeçam a conspiração do inimigo, que pretende criar o medo e desespero na população". O líder, entretanto, não revelou quem seria esse "inimigo".

O governo anunciou uma investigação sobre a origem do envenenamento, mas nenhuma prisão foi feita até o momento.

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Na semana passada, um funcionário do Ministério da Saúde afirmou que "algumas pessoas" tentavam "fechar todas as escolas, especialmente as femininas". Essa versão não foi confirmada por outros funcionários.

Entenda o caso

O primeiro registro de envenenamento aconteceu em 30 de novembro de 2022, quando 18 estudantes de Nour, em Qom, foram levadas ao hospital após apresentarem sinais de envenenamento.

Desde então, mais de dez escolas femininas foram atacadas na região. Grande parte da população está revoltada, e vários grupos, incluindo pais e parentes das vítimas, já protagonizaram protestos em diversas regiões iranianas. 

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Os manifestantes acreditam que os ataques sejam mais um complemento para a onda de opressão feminina que toma conta do país. Desde o assassinato de Mahsa Amini, em setembro do ano passado, o Irã vive cenas de manifestações por direitos humanos, principalmente das mulheres.

Em especulações em suas redes sociais, simpatizantes da luta contra a opressão comentaram suas teorias.

Alguns acreditam que o envenenamento de meninas seja uma "vingança" pelo papel delas em recentes protestos contra o governo. As redes sociais foram inundadas com imagens de alunas que arrancavam o véu da cabeça.

Muitos também pensam que esses ataques são obra de conservadores que se inspiram no Talibã, do Afeganistão, e no grupo militante islâmico Boko Haram, da Nigéria, aterrorizando os pais para que parem de enviar suas filhas à escola.

"O Boko Haram veio para o Irã?", questionou o ex-vice-presidente iraniano, Mohammad Ali Abtahi, em seu Instagram. O político reformista ainda disse que os extremistas sempre interpretarão a religião da forma que lhes convém.

Os grupos extremistas são contra a educação feminina, apesar de não existir proibição explícita sobre o assunto nos livros religiosos do Islã. 

Ao redor do mundo, países se movimentam e se sensibilizam com a causa. A diplomacia alemã, por exemplo, lançou na sexta (3) um apelo em que pede o esclarecimento de "todos os casos". 

O Escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também pediu uma "investigação transparente" e que as conclusões sejam públicas. 

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