O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou, nesta quarta-feira (27), que os recordes sucessivos de casos de covid-19 registrados nos últimos dias em Minas Gerais têm duas explicações: o natural avanço da doença e o aumento do número de testes realizados.
Até a última semana, o número de casos novos registrados a cada dia no Estado ficavam abaixo de 400. Nesta terça-feira (27), as confirmações saltaram para 554 e, hoje, foram 495.
Amaral explica que é comum ver o número de contaminações dobrar de tempos em tempos durante epidemias, assim como a do novo coronavírus. Segundo o médico e representante do governo, o que vai ser decisivo em relação à velocidade da mudança é o nível de adesão ao isolamento social.
Para o especialista, o empenho de algumas cidades em examinar os casos suspeitos também têm interferência no balanço, mas não indica, necessariamente, um crescimento na buscas por atendimento médico.
— Muitos municípios começaram a fazer testes rápidos. Quando você tem teste rápido positivo, em geral, essa pessoa já teve a doença há algum tempo e está sendo notificada agora. Não quer dizer que neste momento ela está com a doença ativa.
Questionado se o Estado vai ter condições de atender a todos os pacientes que precisarem ser internados quando a pandemia atingir o pico, por volta do dia 10 de junho, Amaral destacou que isto vai depender da adesão do comportamento da população.
— Se nós tivermos uma quebra completa do isolamento social, efetivamente teremos um pico muito grande. Já se tivermos um isolamento coordenado, adequado, que manteha o índice de transmissibilidade dentro do que vinha sendo feito, podemos ter um pico relativamente achatado e em que teríamos condições de atender todo mundo.
Para o secretário, as medidas de distanciamento não se limitam à suspensão de atividades. Para ele, a proteção também pode acontecer por meio do uso de máscaras, higienização correta e mudanças de hábitos, como deixar de ir a mercados sem necessidade.