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Barragem de Brumadinho era a 68ª em lista de prioridade de vistoria

Ranking é feito a partir de informações enviadas pelas empresas donas das estruturas; monitoramento da Vale detectou falhas dias antes de rompimento

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Barragem ruiu, deixando 308 mortos e desaparecidos
Barragem ruiu, deixando 308 mortos e desaparecidos Barragem ruiu, deixando 308 mortos e desaparecidos

Um relatório da ANM (Agência Nacional de Mineração), ao qual o R7 teve acesso, mostra que a barragem da Vale rompida em Brumadinho, na Grande BH, estava na 68ª posição em uma lista de prioridades para vistoria. Em Minas Gerais, 218 estruturas faziam parte da tabela.

O ranking de estruturas que precisam passar por fiscalização é feito automaticamente pelo SIGBM (Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração), a partir de dados fornecidos pela própria empresa dona das bacias de contenção.

O sistema leva em consideração critérios como o “método construtivo, altura, categoria de risco, dano potencial associado, volume, número de pessoas a serem atingidas no caso de rompimento, condição atual da estrutura (ativa, inativa), existência de pedido de suspensão dos trabalhos de lavra, renúncia do título autorizativo de lavra, dentre outros aspectos”.

A barragem I, da mina de Córrego do Feijão, era classificada como de baixo risco de acidente, mas alto potencial de danos. Isso significa que em caso de rompimento, a área e a população afetadas seriam grandes.

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Na última semana, o R7 revelou que a Vale realizou uma vistoria na estrutura em Brumadinho, três dias antes da estrutura ruir. Segundo relatório da ANM enviado ao TCU (Tribunal de Contas da União), técnicos da mineradora perceberam na data que a estrutura apresentava falhas.

Contudo, os problemas só foram registrados no SIGBM em 15 de fevereiro, ou seja, 21 dias após o rompimento que deixou 308 mortos e desaparecidos. Segundo a mineradora, o reporte foi feito dentro do prazo previsto pela legislação, uma vez que o minitoramento feito na última quinzena do mês, deve ser enviado até 15 dias depois.

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Ainda de acordo com a ANM, a agência não tomou providências sobre a estrutura porque foi comunicada das falhas após o desastre. Diz o texto que a Vale “mandou o último Extrato no dia 15/02/2019 (após o rompimento), pelo senhor Geydson Valeriote Lopes Alves onde (sic) ele diz que a data da vistoria que gerou este reporte foi em 22/01/2019 (antes do rompimento) declarando que os fatores de segurança, instrumentação e alguma outra situação de comprometimento da segurança estão todos com problemas”.

Questionada sobre o atraso na notificação, a Vale informou ao R7 que enviou à ANM os dados de inspeção quinzenal que deveriam ter sido colhidos até o dia 31 de janeiro. A empresa ressaltou que no relatório foi destacado que não foi possível avaliar a instrumentação “pois o monitoramento não havia sido concluído até o dia 25/1, data do rompimento da barragem”.

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Em nota, a Vale disse, ainda, que as anomalias detectadas não indicavam risco iminente de rompimento e que já planejava a correção, por isso não foi necessário notificar a ANM sobre as alterações com urgência.

Veja a íntegra da nota da Vale:

“A Vale informa que no dia 15/2 protocolou no site da Agência Nacional de Mineração o resultado da inspeção quinzenal da Barragem I da mina de Córrego do Feijão referente à segunda quinzena de janeiro, que deveria incluir a inspeção visual e monitoramento realizados até 31/1.

A empresa incluiu a ficha de inspeção realizada no dia 22/1 e a observação de que não foi possível avaliar a instrumentação, pois o monitoramento não havia sido concluído até o dia 25/1, data do rompimento da barragem.

Em relação à inspeção visual de 22/1 foram detectadas anomalias de rotina, não críticas e cuja resolução estava sendo programada. A Vale reitera que nenhuma das anomalias detectadas indicava risco iminente de rompimento da barragem.”

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