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Biomédica é indiciada por homicídio doloso por morte de paciente após cirurgia em MG

Polícia Civil concluiu que a profissional realizou lipoaspiração na paciente sem autorização ou equipamentos necessários para o procedimento

Minas Gerais|Maria Luiza Reis, Do R7

Biomédica não possuía autorização para procedimento
Biomédica não possuía autorização para procedimento Biomédica não possuía autorização para procedimento

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou a biomédica Lorena Marcondes, investigada pela morte da paciente Iris Nascimento, em maio deste ano, por homicídio doloso. As funcionárias da clínica Ariele Cristina de Almeida Cardoso, que é técnica de enfermagem, e a enfermeira Paloma foram indiciadas por homicídio simples.

A conclusão do inquérito foi divulgada nesta terça-feira (24), durante coletiva de imprensa, em Divinópolis, a 120 km de Belo Horizonte. Agora o inquérito será encaminhado para o Ministério Público de Minas Gerais. 

A perícia da Polícia Civil concluiu que a biomédica, de 33 anos, realizou o procedimento de lipoaspiração na paciente, de 46 anos, sem possuir a autorização ou equipamentos necessários para realizá-lo. O local não tinha equipamentos para lidar com quadro de intercorrência - como falta de desfibrilador, balões de oxigênio, entre outros. Sendo assim, para a perícia, a profissional assumiu o risco de uma possível fatalidade. 

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A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória após passar por uma cirurgia para a retirada de gordura abdominal e enxerto nas nádegas. Iris chegou a ser socorrida pelo Samu, mas morreu assim que deu entrada no hospital. Na época, o delegado Flávio Destro explicou que o procedimento de lipoaspiração é considerado de médio e grande porte. Por isso, deveria ter sido feito por um médico habilitado em um local adequado com a aparelhagem necessária para oferecer o suporte aos pacientes em caso de alteração clínica, como, por exemplo, um desfibrilador. 

O médico-legista João Paulo Nunes informou eu a análise toxicológica apontou que foi identificado a substância lidocaína no sangue da vítima. A lidocaína é um anestésico local, que pode levar à convulsão e até mesmo a uma parada cardíaca, se mal administrado. Segundo o legista, a substância, que demanda "rigor, técnica e precaução para seu uso", foi encontrada em grande quantidade no organismo da vítima. Os médicos do Samu, que realizaram o primeiro atendimento de Iris apontaram que ela apresentava parada cardíaca e convulsões; reações habituais em situação de intoxicação da lidocaína. 

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A análise legista aponta que a morte foi causada por uma cadeia de eventos, sendo eles: traumatismo abdominal penetrante com sinais evidentes de que foi feita uma lipoaspiração, choque hemorrágico, intoxicação anestésica que conduziu à parada cardiorrespiratória, que contribuiu para aspiração e óbito da vítima.

A Polícia Civil informou ainda que outras vítimas prestaram depoimentos e relataram problemas e dores após procedimentos. No dia 09 de maio, a biomédica foi presa por exercício ilegal da profissão. No mesmo mês, a Justiça concedeu um habeas corpus parcial para ela, que foi solta. A auxiliar de enfermagem, que acompanhou o procedimento, também chegou a ser presa por ser conivente com a conduta ilegal da biomédica. 

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