A CDL/BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte) acionou o MPT (Ministério Público do Trabalho), nesta segunda-feira (13), para pedir a atuação do órgão diante da greve dos metroviários da capital mineira marcada para esta terça-feira (14).
O documento pede ao MPT que aja para “garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
Outro ofício — do presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva —, enviado ao Sindimetro-MG (Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais), questiona a escolha da data para o ato.
“É importante frisarmos que esta paralisação das atividades do metrô no período de pré-carnaval, onde 5 milhões de pessoas são esperadas na capital mineira, afeta significativamente a população e a economia de Belo Horizonte e Região Metropolitana, sendo este um motivo de preocupação para toda a capital mineira e demais cidades da região”, diz um trecho do documento.
A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), estatal federal atualmente responsável por administrar o metrô da capital mineira, disse que também tenta medidas administrativas e judiciais contra o movimento e que "não medirá esforços para que os 5 milhões de foliões previstos para a festa possam usufruir do serviço metroviário".
A reportagem procurou o governo federal para comentar as demandas e aguarda o retorno. O MPT ainda não informou ter tomado alguma medida.
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Greve mantida
Em entrevista à Record TV Minas nesta segunda-feira, Alda Santos, presidente do Sindimetro-MG, disse que a paralisação total está mantida, por ora.
A categoria cobra, principalmente, a estabilidade dos servidores após a privatização do sistema. O metrô da capital mineira foi leiloado e vendido à iniciativa privada em dezembro de 2022. A expectativa do governo estadual é que o Comporte, o grupo vencedor, assuma as operações até março deste ano.
"Na quinta-feira [9] tivemos uma reunião com um dos representantes da Comporte. A primeira coisa que ele disse foi que um dos cargos, de bilheteria e bloqueio, serão extintos. Serão automatizados. A gente sabe o que automatização significa: desemprego. É isto que não queremos. Somos empregados concursados. Entramos pela porta da frente. Precisamos manter o nosso cargo. Quem vai fazer isso? É o governo federal", cobrou Alda Santos.
A servidora considera que o período de um ano de estabilidade, oferecido pelo contrato de concessão, não é suficiente para atender às demandas dos funcionários. Ela também questiona um relatório que aponta o número de trabalhadores necessários para operar o sistema.
"Hoje nós temos 1.600 empregados. O edital fala que 900 empregados dariam conta da operação do metrô, quando a gente sabe que os 1.600 de hoje já são insuficientes. Quando você fala no edital que 900 são suficientes, o que vai ser feito com os outros?", questiona.
No fim da tarde desta terça-feira (14), os metroviários farão uma nova reunião para dicidir o futuro do movimento.