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Engenheira morre após cirurgia plástica em Belo Horizonte

Procedimento aconteceu em uma clínica particular; Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o que aconteceu 

Minas Gerais|Ricardo Vasconcelos, da Record TV Minas


Júlia Moraes morreu após cirurgia plástica
Júlia Moraes morreu após cirurgia plástica

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a morte de uma engenheira após uma cirurgia plástica, no último dia 8, em uma clínica particular, no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte.

Júlia Moraes Ferro, de 29 anos, colocou prótese de silicone nos seios e passou por uma lipoaspiração no abdômen. Quase depois de seis horas do procedimento, foi levada para um quarto, sentindo mal. Foi o que disse a mãe da paciente, Patrícia Carneiro de Morais.

"A cirurgia demorou mais do que o previsto e ninguém me dava notícia de nada", contou, ainda em estado de choque. Segundo Patrícia, a filha foi levada no mesmo dia para um hospital particular, de onde foi transferida quase cinco dias depois para outro hospital que atendia pelo plano de saúde de Júlia. Ela ficou menos de duas semanas internada e teve um quadro irreversível de morte encefálica. Agora, a mãe quer uma explicação para o que aconteceu.

"Minha filha era saudável, fazia academia, cuidava da alimentação", disse Patrícia, que enterrou Júlia na última segunda-feira, em João Monlevade, na região Central. Antes do sepultamento, ela ainda atendeu dois pedidos da filha, não realizou velório e doou todos os órgãos.

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Sonho

Patrícia lembrou que a filha sonhava com a plástica desde a adolescência e que fazia questão de um dia trabalhar e pagar pela cirurgia. "Ela saiu de férias na quinta-feira (7) e na sexta-feira (8) foi para a clínica. Estava tranquila, sem nervosismo", disse. Júlia estava acompanhada do namorado, de uma prima e uma tia, no dia do procedimento. A família procurou a delegacia de homicídios e registrou um boletim de ocorrência.

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No próximo dia 27 de maio, Júlia completaria 30 anos. A mãe, ainda abalada, conta que não dorme desde a morte da filha e que esteve na casa onde ela morava, em Santa Bárbara, na região Central, e encontrou um vazio no imóvel. "No chão, vi as botas que ela usava para trabalhar em uma mineradora, em Mariana, na mesma região. Eu não sei o que aconteceu, quero uma explicação, justiça", cobrou Patrícia.

O médico cirurgião, Renato Nelson, que realizou o procedimento, não foi encontrado até a publicação desta matéria para se manifestar sobre o caso. Em nota, a Clínica Sebastião Nelson informou que está interessada no esclarecimento dos fatos e ressaltou que foram adotados os procedimentos padrões na cirurgia.

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"Como já é da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento. Júlia apresentou exames que comprovaram plena condições para a realização da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta", informou em nota.

Durante e após a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe médica composta, inclusive, por médica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontuário de Júlia foi entregue imediatamente no ato da solicitação feito pela família", completa o comunicado da clínica.

A SBCP-MG (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais) informou em nota que está acompanhando as apurações pelos órgãos competentes e cuidará para garantir a transparência nas informações. O órgão ainda informou que o cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, cumpriu todas as etapas de formação e possui Registro junto ao CRM-MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais), além de possuir o título de especialista em Cirurgia Plástica.

“Como todo procedimento médico invasivo, a cirurgia plástica implica em riscos que são inerentes ao ato cirúrgico, mesmo com adoção de todas as medidas de precaução. A SBCP-MG lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares e amigos da paciente”, completou a SBCP-MG .

Já o CRM-MG disse que “todas as denúncias recebidas são apuradas de acordo com os trâmites estabelecidos no Código de Processo Ético Profissional (CPEP), tendo o médico amplo direito de defesa e ao contraditório” e que todos os processos correm sob sigilo.

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