Feira Hippie de BH retorna neste domingo (27) após 180 dias de pausa
Expositores vão poder voltar a Avenida Afonso Pena após 6 meses de pausa; feira terá espaço maior para barracas e área exclusiva para alimentação
Minas Gerais|Célio Ribeiro*, do R7
Após 180 dias sem funcionar por causa da pandemia da covid-19, a Feira de Arte e Artesanato da avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, reabre neste domingo (27).
Popularmente conhecida como Feira Hippie, o evento reúne cerca de 1.700 expositores ao longo da avenida Afonso Pena desde 1991. Anteriormente, a exposição era realizada na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul da capital mineira.
Para se adequar às medidas de distanciamento social, a feira teve seu espaço ampliado. No período pré-pandemia, as barracas eram montadas da avenida Carandaí até a rua da Bahia, no trecho da Afonso Pena em frente ao Parque Municipal. Agora os expositores ganharam mais alguns quarteirões e poderão montar as barracas até a Praça Sete. A nova configuração do espaço, determinada pela Prefeitura de Belo Horizonte, gerou críticas dos expositores.
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As barracas de alimentos ganharam um espaço reservado e vão ficar divididas entre a rua Espírito Santo e a avenida Álvares Cabral. Esses expositores devem seguir regras específicas, como o uso de guardanapos, talheres, pratos e copos descartáveis. Saleiros e molhos só poderão ser disponibilizados em sachês individuais e o cardápio físico não poderá ser usado.
A principal mudança é que os clientes não poderão comer os alimentos nas barracas e nem andando pela feira, sendo permitida a degustação apenas nas mesas.
Preocupações
De acordo com a secretária de Políticas Urbanas da Prefeitura de BH, Maria Caldas, a principal preocupação é o controle da entrada de visitantes, para que não haja aglomeração. A secretária afirma que cada feirante deverá organizar uma fila para atender os clientes.
A Prefeitura também recomenda que expositores pertencentes ao grupo de risco não retornem para a feira, mas, em muitos casos, essa opção não existe. O artesão Marcos Ferreira Diniz, de 61 anos, conta que vendeu, desde o início da pandemia, apenas 30 sapatos de fabricação própria, número que ele costumava vender em um dia de feira. Para ele, voltar a expor seus produtos é a única saída.
— Eu dependo exclusivamente da feira e a minha renda acabou tem muito tempo. Eu tenho que voltar, querendo ou não.
*Estagiário do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli.