Funcionária da Vale defende que não viu alterações em barragem
Três empregados da mineradora foram convocados para prestar depoimento na CPI que investiga o rompimento na Assembleia Legislativa de MG, em BH
Minas Gerais|Garcia Jr., da Record TV Minas, com Pablo Nascimento, do R7
Cristina Heloísa da Silva Malheiros, funcionária da equipe de geotecnia da Vale, declarou na manhã desta quinta-feira (16) que não viu indícios de alteração na barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, dois dias antes do rompimento que deixou 270 mortos e desaparecidos.
Em depoimento prestado a membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que investiga o caso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Cristina destacou que esteve na barragem dois dias antes da tragédia com outros 10 engenheiros e que não foram detectadas anomalias.
Vale levou 21 dias para informar sobre falhas em barragem
A mulher faz parte da Gerência de Geotecnia Operacional da Vale. Segundo a ALMG, Cristina e os colegas de setor, Renzo Carvalho e Artur Ribeiro, foram citados por outros investigados como integrantes da equipe que “tinha responsabilidade técnica que tinha responsabilidade pela segurança da barragem que se rompeu”.
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Os três foram convocados para prestar depoimentos aos deputados membros da comissão nesta quinta-feira. Cristiana Heloísa foi a primeira a se manifestar. Durante a fala, a funcionária da Vale afirmou que não era função dela atestar a segurança da barragem. Segundo a depoente, a responsabilidade era de projetistas da Tüv Süd, empresa alemã contratada pela mineradora.
Os três funcionários convocados pela CPI estão entre os 13 presos nas investigações sobre a responsabilidade da tragédia. Todos foram soltos após uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Eles também fazem parte de grupo de funcionários que foram afastados das atividades da empresa, após a tragédia, por recomendação do MPF (Ministério Público Federal).
A reportagem tenta contato com a defesa dos três citados.
CPI
Os deputados da ALMG já ouviram membros do Corpo de Bombeiros, vítimas do rompimento, representantes do Governo e funcionários da Vale na CPI que analisa o caso.
No início do mês, Makoto Namba e André Jum Yassuda, da Tüv Süd, empresa alemã contratada pela mineradora para atestar a segurança da barragem, também compareceram ao plenário, mas não responderam nenhuma pergunta.