Justiça nega pedido do Ministério Público de Minas Gerais e mantém shows no Mineirão
Magistrado aponta que efeitos da poluição sonora e as implicações na saúde dos moradores precisam ser provados de forma técnica
Minas Gerais|Luiza Borges*, da Record TV Minas
![Moradores reclamam de barulho em dias de eventos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/TKV5OKQQQVNP7LB5R724ZR5BBI.jpg?auth=31f3481437f59314920efbd7d1483ad02cad2b22ccc2d65dfd2d6bf9ecc72bc7&width=640&height=335)
A justiça negou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e manteve o estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, como casa de shows e de eventos não esportivos. A decisão foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na última quinta-feira (02).
O órgão apontou suspostas irregularidades nos alvarás de localização e funcionamento emitidos pela prefeitura, momentaneamente, à Minas Arena, empresa responsável por administrar o estádio. O Ministério Publico também agiu motivado pela reclamação dos moradores da região da poluição sonora pelos eventos.
De acordo com Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o pedido foi protocolado com tutela de urgência e, segundo a decisão do magistrado, não foi visto necessidade para uma determinação urgente do judiciário.
Para o Juiz Thiago Gandra, o problema ocorre desde 2017, o que dificulta a urgência da decisão. Ainda segundo o Juiz, os efeitos da poluição sonora e as implicações na saúde dos moradores precisam ser provados de forma técnica. Segundo o magistrado, se os ruídos em alguns eventos realizados são superiores ao limite previsto em lei, disse ele, "mostra-se indiscutível que a questão da poluição sonora e os danos ao meio ambiente demandam ampla dilação probatória, com importância ao contraditório e a ampla defesa".
Em nota, a decisão da justiça também leva em consideração que o prejuízo econômico "poderá carretar um desproporcional impacto econômico ao Município de Belo Horizonte e à população mineira".
A reportagem procurou o Ministério Público, que até o momento, não se pronunciou sobre a decisão.
*Estagiária sob supervisão de Maria Luiza Reis