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Mulheres denunciam cirurgião plástico de BH por negligência e complicações após procedimentos

Grupo reúne mais de 30 mulheres que denunciam o mesmo médico; polícia apura se houve conduta omissiva do profissional

Minas Gerais|Juliana Pereira, da Record TV Minas


Grupo de mais de 30 mulheres relata complicações após cirurgias
Grupo de mais de 30 mulheres relata complicações após cirurgias

Pacientes de um cirurgião plástico de Belo Horizonte denunciam médico por suposta negligência e desenvolvimento de necrose e infecções após procedimento estético. Uma das vítimas diz estar em grupo, em rede social, que reúne mais de 30 mulheres que seriam também vítimas do mesmo cirurgião. 

Uma lojista da capital mineira, que preferiu não ser identificada, contou o que viveu desde que procurou o médico Felipe Villaça Guimarães, da clínica FVG, para fazer uma cirurgia plástica. Ela diz que escolheu o profissional devido aos bons resultados que viu do trabalho dele nas redes sociais. A lojista realizou uma cirurgia hiperbariátrica, um procedimento de retirada de gordura da barriga; depois que fez a cirurgia, ao voltar da anestesia já sentiu que havia algo errado. 

"Operei no dia 24 de abril de 2022. Quando saí do bloco cirúrgico, já senti uma dor imensa, meu abdômen começou a ficar todo roxo. A enfermeira percebeu, mas, mesmo assim, ela me deu alta (porque o médico não apareceu). Indo para casa, o abdômen ficou preto, tive necrose. Hoje estou com marcas e cicatrizes horríveis, estou deformada", desabafa a lojista. 

A paciente foi para casa, mas o ferimento piorou com o passar dos dias. Ao procurar socorro, foi informada de que estava com uma necrose e entrando em um estágio de septicemia. "Tentei entrar em contato com a clínica e com o médico, mas os telefonemas não foram retornados. Só fui atendida quando a minha irmã ligou de um número diferente”, contou. Após se curar da infecção e da necrose, ela decidiu registrar um boletim de ocorrência. 

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O cirurgião se ofereceu para fazer a reparação do erro, porém a lojista deveria pagar toda a equipe médica novamente. A vítima não tem mais confiança no médico e quer o dinheiro de volta para realizar a correção com outro profissional. Ela está com processo na Justiça para conseguir reaver o que foi pago ao médico sócio da clínica e responsável pela operação.

A advogada da paciente, Shaiane Armond, entrou com uma ação por danos morais e estéticos. "Ao realizar a cirurgia estética, o profissional tem obrigação de resultado. Quando a pessoa procura um profissional para fazer esse tipo de procedimento, ela está à procura de melhorar sua aparência, em busca da beleza. A minha cliente ficou muito abalada psicologicamente, ela ainda está com a cicatriz e quer fazer uma cirurgia de reparação, mas na verdade a gente nem sabe se ela vai conseguir remover essa cicatriz", explica a advogada.

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A Polícia Civil informou que “a ocorrência foi registrada pela vítima em agosto de 2022” e que “apura se houve conduta omissiva do médico. A PCMG orienta outras vítimas a registrarem os fatos em uma unidade policial mais próxima da residência para que os casos sejam devidamente apurados". 

Após a repercussão do caso, o médico Felipe Villaça Guimarães se posicionou nas redes sociais. Em vídeo, o cirurgião explica as complicações dos procedimentos estéticos. "A gente sabe que existe a expectativa de um corpo perfeito, mas todo mundo que navega nesse universo está cansado de saber que complicações ocorrem. Hematoma, necrose, até complicações mais graves, como a embolia e a morte", ressaltou.

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O médico concluiu dizendo que sua clínica é preparada para dar qualquer auxílio aos pacientes. "Aqui nós temos tudo preparado para nosso paciente em caso de necessidade. Quem nos conhece sabe o trabalho sério que a gente faz", afirmou o cirurgião.

Confira a nota do médico na íntegra

"Pessoal, meu nome é Felipe Villaça Guimarães, sou médico, cirurgião plástico formado pela Santa Casa de Belo Horizonte, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Sou também diretor e fundador da FVG Cirurgia Plástica, fundador do Hospital São Rafael, cofundador do Premier Hospital, cofundador da rede de clínicas Médico sem Fila. Estou inserido e investindo na área da saúde há mais de 15 anos e sempre focado no propósito de melhorar a vida das pessoas.

Esta semana, fui procurado pela repórter da TV Record para me pronunciar acerca da denúncia de supostos dez pacientes que desenvolveram necrose após a realização de suas cirurgias.

Sabemos que a cirurgia plástica é um sonho de muitas pessoas, principalmente mulheres, em busca de uma melhor autoestima. Porém, trata-se de um procedimento cirúrgico, invasivo e com riscos de complicações já conhecidos por todos que navegam nesse universo. Importante destacar também que, por se tratar de um sonho, muitas vezes as expectativas de um corpo perfeito, mesmo que previamente alinhado na consulta médica, não refletem a realidade que pode ser entregue. Nós, médicos, nos deparamos com fatores imprevisíveis que independem de uma apurada técnica cirúrgica.

Inclusive, tenho uma rede social bem ativa, onde diariamente deixo bem claras essas questões.

Assim, antes de me pronunciar pelos supostos fatos narrados, sinto-me no dever de trazer para vocês um pouco da minha história profissional e da história da FVG Cirurgia Plástica.

Como já dito, sou médico cirurgião plástico e membro do time de cirurgiões da FVG e quem nos conhece sabe que a FVG é um núcleo de cirurgia plástica reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade e segurança oferecida aos pacientes.

A FVG conta com mais de 20 cirurgiões capacitados e dispõe de infraestrutura multidisciplinar, focada na melhor jornada para os nossos pacientes. Nosso compromisso sempre foi abraçar e colocar nossos pacientes no centro, sendo tudo feito por eles e para eles.

Nosso time conta hoje com mais de 15 mil cirurgias realizadas, em todos os campos da cirurgia plástica corporal e facial. Somos obstinados em entregar o maior valor possível em nossos resultados, e foi isso que nos possibilitou chegar até aqui.

Nossa equipe conta hoje com mais de 120 pessoas envolvidas diretamente em todo processo pré e pós-operatório de nossos pacientes. Disponibilizamos a eles um núcleo interno de prevenção e tratamento de complicações com alta tecnologia, além de um serviço de plantão de pós-operatório que funciona 24 horas por dia nos 7 dias da semana. Tudo para que possamos prestar um atendimento rápido e de acordo com os mais apurados protocolos médicos de segurança. Trabalhamos com dados coletados em cada cirurgia e com cada paciente, sempre norteando nossas estatísticas de complicações pós-operatórias abaixo dos percentuais previstos pela literatura médica.

São por todos esses motivos que eu, Felipe Villaça, não posso permitir que anos de experiência, entrega máxima e cuidados com meus pacientes sejam ofuscados por alguns — poucos — casos isolados.

Ocorre que, no volume cirúrgico que temos hoje, intercorrências médicas sempre existirão. 

De maneira alguma me eximo de minha responsabilidade sobre estes supostos casos. Da mesma forma, de maneira alguma me refiro a estes pacientes com descaso ou desídia. Acontece que a literatura médica prevê a possibilidade de ocorrência de eventos adversos, os quais não podem ser atribuídos à conduta do médico em si. Inclusive, tais riscos são expostos de maneira clara a todos os meus pacientes antes da cirurgia, os quais reconhecem a possibilidade de sua ocorrência quando da assinatura dos Termos de Consentimento.

Para os casos de intercorrências, seja de maior ou menor gravidade, somos preparados e oferecemos a todos os nossos pacientes o suporte individualizado necessário para enfrentar de forma célere o processo de recuperação. 

Enfim, acerca das supostas denúncias, nem sequer posso me pronunciar de maneira específica. Primeiro, por não ter tido acesso prévio à matéria jornalística ou aos nomes dos supostos pacientes. Segundo, em estrito respeito ao sigilo médico, que me impede de tratar em público das questões médicas relacionadas aos meus pacientes. O que posso afirmar é que intercorrências cirúrgicas sempre existirão e é principalmente nesse momento que o médico precisa que seu paciente o enxergue como um parceiro, dispostos a, juntos, superarem este desafio. Fazemos parte do mesmo time. 

Desta forma, agradeço à equipe da TV Record por me oportunizar este pronunciamento, trazendo a minha verdade dos fatos para a audiência que nos lê.

Sigo à disposição deste canal de notícias e desses pacientes, caso queiram dar continuidade aos seus tratamentos."

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