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Policiais penais relatam agressão com chicote e bambu durante curso

Supostos abusos teriam sido cometidos durante treinamento de formação para o Comando de Operações Especiais de Minas Gerais

Minas Gerais|Akemi Duarte, da Record TV Minas

Denúncias foram colhidas por sindicato
Denúncias foram colhidas por sindicato Denúncias foram colhidas por sindicato

Policiais penais que teriam sido vítimas de truculência durante um curso oferecido pela Secretaria de Segurança de Minas Gerais afirmam que as supostas agressões foram cometidas com chicotadas e golpes com pedaços de bambu.

Dois agentes entrevistados pela reportagem detalham o mesmo padrão de agressões. Eles preferiram não ter a identidade divulgada.

"Agressões com pedaços de bambu na perna e nos glúteos, ficar durante minutos com o punho cerrado no solo sujo, causando infecções nas mãos dos alunos, chicotadas nas costas dos alunos, fora infecções graves que acomeretam alunos nas mãos por causa dessas atividades sem nenhum tipo de controle", relata um dos homens que participaram do treinamento.

Os denunciantes também relatam que eram ameaçados a não denunciar a situação à qual eram expostos.

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"Muitas ameaças e várias situações de constrangimento e chicotadas. O pessoal também tinha muito excesso na carga de treinamento", relata outro agente.

Imagens divulgadas pelo sindicato da categoria mostram ferimentos nas mãos e hematomas por todo o corpo de um agente. Por causa dos machucados, a vítima teve uma infecção e precisou ficar internada.

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Segundo os policiais, o curso não tinha acompanhamento de nenhum profissional da saúde. Os denunciantes afirmam que vários participantes passaram mal, precisaram ficar internados e um sofreu até uma parada cardíaca.

Eles também denunciam que durante o treinamento não se aplicou nenhuma medida sanitária para prevenir a Covid-19 e que teria ocorrido um surto entre os alunos.

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O curso

O curso, organizado pela Sejusp-MG (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais), começou no dia 3 de janeiro na sede do Cope (Comando de Operações Especiais de Minas Gerais).

O Treinamento é a sexta etapa de um processo rigoroso que começou com mais de 800 agentes e apenas 125 foram selecionados. São policiais penais que já atuam em presídios, mas precisam desse curso para fazer parte do batalhão de elite do sistema prisional.

De acordo com os agentes, cada um investiu de R$ 9 mil a R$ 12 mil nos materiais exigidos. O Sindppen-MG (Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais) e a Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Prisionais têm recebido as denúncias.

As denúncias foram feitas na mesma semana em que dez policiais militares foram afastados após imagens de violência em um treinamento da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) viralizarem nas redes sociais. Nos vídeos, policiais aparecem dando tapas no rosto de agentes novatos. Um deles chega a cair no chão.

O Sindppen-MG afirmou que vai procurar o Ministério Público para que haja uma investigação externa. A associação que representa os agentes vai pedir a anulação do curso.

Resposta

Procurado, o Governo de Minas informou que vai apurar as denúncias. "A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, por meio da sua Unidade de Treinamento (Utre), tomou conhecimento das imagens que circulam nas redes sociais e vai apurar a veracidade das informações. Também já foi solicitada a abertura de investigação para apurar possíveis excessos cometidos ao longo do curso em questão, bem como a responsabilização daqueles que eventualmente veiculam imagens inverídicas", informou o governo em nota.

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