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Falso: Paraíba registra mais mortes entre vacinados no estado

Dados de longo prazo derrubam a teoria de que o número de mortes por Covid entre os imunizados é maior que entre os não imunizados

MonitoR7|Ana Luiza Pêgo*, do R7

Paraíba tem mais de 85% das pessoas vacinadas
Paraíba tem mais de 85% das pessoas vacinadas

O estado da Paraíba registrou mais de 10 mil óbitos por complicações da Covid-19 desde o início da pandemia, em 2020. Dessas mortes, cerca de 8.000 são de pessoas que não foram vacinadas, de acordo com dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde estadual da Paraíba.

Apesar de os dados serem bastante claros, não é isso o que circula nas redes sociais. Internautas usam imagens fora de contexto para afirmar que o cenário é exatamente o oposto. No caso, que os vacinados respondem pelo maior número de vítimas da Covid no estado.

No site oficial da secretaria, é possível ajustar os filtros para dados anuais. Sendo assim, quando o ajuste é feito para informações somente deste ano, os índices realmente apontam os vacinados como a maioria entre os mortos. Dos 620 óbitos registrados em 2022, cerca de 400 são de pessoas em alguma etapa do processo de imunização. 

No entanto, quando o ajuste é feito para dados de toda a pandemia, os resultados são bem diferentes. Desde o começo da pandemia, já são mais de 10 mil mortes, e cerca de 78% desses óbitos são de pessoas que não tomaram nem mesmo a primeira dose da vacina. 


É falso que na Paraíba haja maior número de mortos entre vacinados do que entre não vacinados
É falso que na Paraíba haja maior número de mortos entre vacinados do que entre não vacinados

Outro motivo que justifica esse dado é: a maioria do estado está vacinada, logo, a probabilidade de uma pessoa imunizada morrer por complicações da Covid é muito maior. Mais de 88% da população da Paraíba já está totalmente imunizada, isto é, já recebeu pelo menos duas doses de algum dos imunizantes disponibilizados no estado. No total, são mais de 3,7 milhões de pessoas, com 5 anos ou mais, que já receberam pelo menos uma dose do imunizante.

Assim, com quase toda a população imunizada, é certo que o número de vítimas seja maior entre os vacinados, porque eles são maioria até mesmo entre os casos. O que, definitivamente, não significa que as vacinas sejam ineficazes.


Ainda em março deste ano, um estudo da Secretaria da Saúde do estado de São Paulo analisou os óbitos ocorridos entre dezembro e fevereiro, que, no caso, foi o período de circulação da variante Ômicron.

O levantamento revela que o número de mortes por Covid-19 entre não vacinados é quase 26 vezes maior do que entre vacinados em São Paulo. O estudo analisou 8.283 mortes inseridas pelos 645 municípios no sistema Sivep-Gripe entre 5 de dezembro de 2021 e 26 de fevereiro de 2022. 


Em maior escala, uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 foram de indivíduos não imunizados contra a doença.

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Os idosos não vacinados morreram quase três vezes mais do que os imunizados. Entre pessoas com menos de 60 anos, o número de mortes entre não vacinados foi 83 vezes maior que entre imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos.

Foram incluídos no estudo dados de 59.853 casos confirmados de Covid-19 e 1.687 mortes pela doença, reportados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos registrados, 1.269 foram de indivíduos não vacinados.

Assim, em momento algum as vacinas deixaram de proteger os indivíduos, nem na Paraíba, nem em outros lugares. Basta ver a diminuição no número de mortes depois que as doses começaram a ser aplicadas em larga escala. Os dados apresentados em publicações nas redes sociais foram descontextualizados e usados para propagar um discurso contrário aos imunizantes. 

Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe a questão para o MonitoR7, que nós a checamos para você: (11) 9 9240-7777.

*Estagiária do R7, com edição de Fabíola Glenia.

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