As duas operações da PF (Polícia Federal) em julho contra o senador José Serra e o indiciamento do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin respingam diretamente no futuro político de correligionários como João Doria, atual governador paulista, e Eduardo Leite, que comanda o Rio Grande do Sul.
O momento atual da Lava Jato traz de volta, depois de tantos anos do fato em questão, que é a eleição de 2014, um desgaste muito grande para os tucanos tradicionais e da velha guarda - o que vale tanto para Alckmin quanto para Serra.
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Ambos começam a sofrer os efeitos de um antigo método de captação de recursos para o financiamento eleitoral, maculando quadros do PSDB, até aqui tidos como reserva moral do partido.
José Serra, um tradicionalíssimo senador, ex-governador, um especialista e referência em economia e pai dos medicamentos genéricos e da lei antifumo, por exemplo. E Alckmin, até ontem, era considerado um ícone moral do PSDB.
A pergunta é: as ações da PF fragilizam a nova geração dos tucanos, os chamados “cabeças-pretas”? Os acontecimentos respingam, sim, na nova geração, e afetam o governador de São Paulo, João Doria, que é um potencial e talvez o mais importante adversário de Jair Bolsonaro, com chances concretas de disputar a Presidência da República.
O avanço das investigações da PF lança os tucanos no lado contrário do combate à corrupção, que certamente será um dos principais temas da próxima disputa eleitoral.
O desgaste é importante para esses governadores e parlamentares. O PSDB tem sido monossilábico na defesa de Serra e Alckmin. A nota oficial do partido, no início de julho, quando Serra foi alvo da primeira operação é breve. O senador foi levado a fazer a própria defesa de forma pública - reação que deixa claro: os “cabeças pretas” do PSDB que acusaram o golpe.
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