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Fala de Lula sobre Ucrânia azeda clima em Lisboa às vésperas de visita

Partidos de oposição portugueses exigem contestação formal ao petista, que decola para Lisboa no sábado

Christina Lemos|Do R7


Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o chanceler de Portugal, João Gomes Cravinho, em fevereiro de 2023
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o chanceler de Portugal, João Gomes Cravinho, em fevereiro de 2023

As declarações do presidente Lula sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, feitas durante missão ao exterior, causaram a escalada de hostilidades ao petista em Lisboa, capital que o recebe na semana que vem em missão oficial. Além dos protestos do ultradireitista Chega, agora o PSD português investiu contra o governo do país e exigiu a contestação das declarações de Lula, para quem “a decisão da guerra foi tomada pelos dois países” e Europa e Estados Unidos apenas “contribuem para a continuação” do conflito. 

A irritação com as posições do presidente brasileiro foi expressa por um dos principais líderes da oposição ao governo do socialista Antônio Costa, o vice-presidente do PSD, deputado Paulo Rangel, que atacou o “desassombro” de Lula: “O presidente do Brasil fala da cumplicidade e intervenção da UE e procura suavizar ou omitir a responsabilidade do regime de Putin”. E cobrou: “O primeiro-ministro Antônio Costa deverá afirmar a posição de Portugal a favor do direito internacional, da integridade territorial da soberania ucraniana e da paz".

O líder da Iniciativa Liberal afirma que o Parlamento não tem mais condições de receber o petista após as manifestações sobre o conflito no Leste Europeu. Rui Rocha lembrou que a mesma assembleia que convidou Volodmir Zelenski, presidente da Ucrânia, para discursar há apenas um ano não deveria “receber um aliado de Putin”. 

André Ventura, do Chega, principal opositor à visita de Lula, considerou as declarações “ultrajantes”. O partido convocou manifestantes contra o presidente do Brasil para a frente do Congresso. O ponto alto da visita da comitiva brasileira deve transcorrer em 25 de abril, data simbólica para o país, quando se comemora os 49 anos da Revolução dos Cravos, movimento que depôs o regime militar e restaurou a democracia em Portugal.

As contestações forçaram o PS, de Costa, a se equilibrar entre reafirmar a condenação à Rússia e o apoio à Ucrânia sem melindrar o chefe de Estado convidado a Lisboa. Ao fazê-lo, a deputada Jamila Madeira, que se ocupa das questões de relações internacionais, destacou o esforço de Lula na “buca pela paz”.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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