Megaempresário catarinense pregou recusa ao resultado da eleição
Proprietário de mais de 600 caminhões é investigado por promover mobilização que parou rodovias. "Eu não aceito o comunismo! Vou morrer, mas não aceito!"
Christina Lemos|Do R7
![](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/QCHTRB6FM5N5HO3WNWBFQXBZ4A.jpg?auth=e3b86cf98c64aa3f14b462ef910040be38daee5073b499b5036f01b5fc4b142f&width=1500&height=1000)
O empresário Emílio Dalçóquio Neto, proprietário de uma das maiores transportadoras de combustíveis com sede em Itajaí, Santa Catarina, com uma frota de mais de 600 caminhões, é um dos alvos da apuração sobre a origem do protesto que resultou na paralisação de caminhoneiros que bloqueou estradas em 20 estados do Brasil. Horas depois de consolidado o resultado eleitoral que deu a vitória ao petista Lula da Silva, Dalçóquio fez discurso inflamado, gravado em vídeo, em que conclama a paralisação. "Eu não aceito o comunismo! Eu vou morrer! Nós vamos morrer! Mas não vamos entregar a (palavrão) de comunista nenhum!" - discursou. Assista ao vídeo completo no fim da matéria.
Conhecido como um dos líderes da greve de caminhoneiros de 2018, motivada pelo preço dos combustíveis, desta vez, o empresário pregou reação imediata da categoria ao resultado das urnas. "O que eu estou falando aqui tem de reverberar para o Brasil inteiro, como somos aqui 380 grupos. Do Rio Grande, Acre, Belém a Uruguaiana. Cada um agora vai ter de fazer a sua parte!", reforçou.
"Por enquanto (vamos agir) pacificamente! Por enquanto! - prega Dalçóquio. "Agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista". E pede o engajamento ao protesto: "cada um agora vai ter de fazer a sua parte. Dever de casa de cada um!", insistiu.
O protesto que afeta a circulação de pessoas e mercadorias em várias partes do país agravou-se no correr da segunda-feira, dia seguinte ao resultado da eleição, e motivou reação judicial. Ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, na noite de hoje, determina à polícia que atue para desbloquear as vias, sob pena de multa e outras punições.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.