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Luiz Fara Monteiro
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Avião voa de Londres a Nova York com combustível feito de óleo de cozinha

Avião levou o bilionário Richard Branson e o ministro dos Transportes britânico para voo inaugural com combustível de baixo carbono

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro


Richard Branson (3º da esq. para a dir.) antes do voo com combustível feito de óleo de cozinha
Richard Branson (3º da esq. para a dir.) antes do voo com combustível feito de óleo de cozinha

Um jato de passageiros da Virgin Atlantic partiu de Londres com destino a Nova York impulsionado por combustível de aviação 100% sustentável (SAF). A decolagem ocorreu nesta terça-feira (28), enquanto o setor da aviação busca evidenciar o potencial das opções de baixo carbono para assegurar seu futuro.

À medida que o mundo passa por processos de descarbonização, as companhias aéreas estão investindo em combustíveis produzidos a partir de resíduos para reduzir suas emissões em até 70%, permitindo-lhes manter operações enquanto aguardam o surgimento, nas próximas décadas, de viagens aéreas elétricas e movidas a hidrogênio.

O voo foi realizado por um Boeing 787 da Virgin, equipado com motores Rolls-Royce Trent 1000. É a primeira vez que uma companhia aérea comercial faz voos de longa distância 100% movidos a SAF.

Essa operação segue o sucesso da travessia transatlântica de um jato executivo Gulfstream G600, que usou o mesmo combustível na semana passada, conforme reportado pela Reuters.

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O bilionário fundador da Virgin Atlantic, Richard Branson, o presidente-executivo da companhia aérea, Shai Weiss, e o ministro dos Transportes da Grã-Bretanha, Mark Harper, estão todos a bordo do voo, que deixou Londres Heathrow com destino ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York.

Não há passageiros pagantes a bordo ou carga no que a Virgin apelidou de Flight100, realizado dias antes do início das negociações climáticas da COP 28 em Dubai, na quinta-feira.

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O SAF já é usado em motores a jato como parte de uma mistura com querosene tradicional, mas, após testes de solo bem-sucedidos, a Virgin e seus parceiros Rolls-Royce, Boeing (BA.N), BP (BP.L) e outros receberam permissão para voar utilizando exclusivamente SAF.

A aviação é responsável por aproximadamente 3% das emissões globais de carbono. O SAF é fundamental para a redução dessas emissões, mas é caro e representa menos de 0,1% do total de combustível de aviação usado atualmente.

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O combustível utilizado para abastecer o voo desta terça-feira é composto principalmente de óleo de cozinha usado e resíduos de gordura animal, misturados com uma pequena quantidade de querosene aromático sintético feito a partir de resíduos de milho, de acordo com a Virgin Atlantic.

Muitas companhias aéreas europeias — incluindo Virgin, IAG, British Airways e Air France — expressaram o desejo de utilizar 10% de SAF até 2030. A meta da indústria de alcançar emissões "net zero" até 2050 depende do aumento desse percentual para 65%.

Entretanto, a meta para 2030 parece desafiadora, considerando os volumes reduzidos de SAF e seu alto custo, atualmente de três a cinco vezes mais elevado que o do combustível de aviação convencional.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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