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Luiz Fara Monteiro
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Azul investigará decolagem de avião que usou extremidade da pista em Congonhas; veja as imagens

Avião modelo E195-E1 que seguia para o Santos Dumont (RJ) decolou a poucos metros do fim da pista

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara MonteiroOpens in new window


Avião da Azul usa toda a pista de Congonhas para fazer a decolagem Reprodução/Twitter/@EBaviation

A Azul Linhas Aéreas já convocou a tripulação que estava no comando do jato que realizou uma decolagem no limite da pista no Aeroporto de Congonhas na tarde desta segunda-feira (27). A companhia pretende ouvir a versão de seus aeronautas e analisar os dados técnicos coletados pelos instrumentos da aeronave no momento da decolagem, além das ações pré-decolagem para entender o que aconteceu.

Embora o avião tenha decolado em segurança, o uso prolongado na pista, como foi observado, não é comum. Ainda mais se tratando de um aeroporto com margem mínima para erro, como é o caso de Congonhas.

Um vídeo captado pelo canal “Golf Oscar Romeo”, no YouTube, que monitora as operações de aeronaves no terminal, registrou a cena. As imagens foram compartilhadas em outras redes sociais.

O avião, modelo E195-E1 de matrícula PR-AXX cumpria o voo AD2610, demorou a levantar voo e chamou a atenção por passar a baixa altitude na cabeceira oposta da pista.

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Em nota, a Azul declarou que abriu uma averiguação interna. A empresa ressalta que opera de acordo com os padrões nacionais e internacionais de segurança. E que o voo em questão seguiu para o destino sem intercorrência.

“Quando se decola você precisa cumprir um gabarito mínimo de 35 pés de altura (12 metros) da cabeceira oposta”, explica o comandante Paulo Licati, profissional com expertise em Segurança de Aviação e Aeronavegabilidade pelo ITA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

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Entre as possibilidades de fatores contribuintes para esse tipo de decolagem podem estar situações como cálculo errado, inserção incorreta do peso da aeronave nos computadores, posição incorreta dos flaps na hora da operação ou até mesmo a opção do piloto em utilizar uma potência menor nos motores para a decolagem.

Mas no caso de pistas menores, como Congonhas ou Santos Dumont, o recomendado é que se utilize potência total nos motores.

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Aviões modernos, como o da Azul, possuem um gerenciamento autônomo que reconhece os dados necessários para a decolagem de acordo com o aeroporto, como o comprimento da pista, peso da aeronave e velocidade necessária para decolar. Esse cálculo é feito com base nos dados inseridos no computador pelo piloto.

“Se você vai decolar do Galeão, por exemplo, onde a pista é longa, o piloto pode decolar com uma capacidade menor nos motores, o que aumenta a vida útil dos motores”, explica Licati.

Em caso de erro da tripulação, a companhia pode adotar medidas como a suspensão dos pilotos ou simplesmente mantê-los na escala de serviço com reforço em sessões no simulador do avião.

Na imagem é possível perceber que o jato Embraer da Azul passa a uma baixa altitude sobre o EMAS, do inglês ‘Engineered Material Arresting System’, sistema que permite a parada de aeronaves com dificuldade de frenagem, por exemplo.

É importante ressaltar que o EMAS em Congonhas é projetado para atuar na frenagem de aeronaves com velocidade de até 50 nós (92 km/h). No caso do Azul, a aeronave estava em procedimento de decolagem, ou seja, aceleração plena na margem dos 130 nós, algo em torno dos 220 km/h.

Aviões modernos, como o da Azul, possuem sistemas que reconhecem os dados necessários para a decolagem de acordo com o aeroporto.

“Os dois pilotos devem checar as informações pré-programadas e inserir os dados atuais como peso, temperatura, pressão atmosférica e se a pista está seca ou molhada. Tudo isto pode variar na corrida de decolagem ou até mesmo limitar o peso de decolagem”, explica Licati.




Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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