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Luiz Fara Monteiro
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Entidades enxergam potencial na América Latina para produção de combustíveis sustentáveis para aviação

Afirmação foi feita em evento promovido pela Associação Latino Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) em parceria com o Instituto de Cooperação para a Agricultura (IICA)

Luiz Fara Monteiro|Do R7


Entidades otimistas sobre potencial na agricultura para produção de combustíveis sustentáveis
Entidades otimistas sobre potencial na agricultura para produção de combustíveis sustentáveis

A América Latina e o Caribe (LAC) são vistos como uma região chave e sua agricultura desempenha um papel preponderante no desenvolvimento de combustíveis de aviação sustentáveis. Essa foi a conclusão de mais de uma centena de autoridades, especialistas e líderes da indústria de transporte aéreo reunidos na sede do Instituto de Cooperação para a Agricultura (IICA), na Costa Rica.

O evento que reuniu tomadores de decisão dos setores público e privado foi a Conferência sobre Combustíveis e Meio Ambiente promovida pela Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), que também participa da Cúpula Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos, realizada pela IICA.

Na conferência, o Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, afirmou que, diante do desafio de fornecer energia limpa para a indústria aeronáutica, a agricultura das Américas tem uma grande oportunidade para a produção de biocombustíveis sustentáveis.

“Nosso continente tem bastante óleos vegetais, gorduras animais, açúcares, amidos, álcoois e material lignocelulósico, além de uma grande quantidade de biomassa que pode ser transformada em combustível de aviação sustentável”, afirmou.

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“O IICA está pronto para construir pontes com a indústria da aviação regional e impulsionar a inovação nesta área, onde a agricultura nas Américas tem um grande potencial”, acrescentou Otero.

José Ricardo Botelho, Diretor Executivo e CEO da ALTA, disse que a competitividade é mais do que nunca uma tarefa urgente para que a indústria da aviação seja neutra em carbono até 2050 e colabore com a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

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"A agenda de mudanças climáticas da indústria aeronáutica deve ser a mesma dos governos da região, por isso a definição de políticas público-privadas surge da integração de todos os setores envolvidos", ressaltou Botelho, que se referiu também à necessidade de aumentar a sustentabilidade do setor aéreo por meio do uso de combustíveis sustentáveis ​​e a redução de custos.

A Conferência e Cúpula Pan-Americana são um passo inicial para avançar na construção de uma aliança nas Américas para promover o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis ​​para a aviação, sendo uma alternativa valiosa para a descarbonização do meio ambiente.

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“Para alcançar este objetivo, a indústria do transporte aéreo está se comprometendo com várias medidas que vão desde o desenvolvimento de novas tecnologias, melhoria da infraestrutura e operações, até a captura e compensação de carbono”, disse o especialista internacional em biocombustíveis do IICA, Augustin Torroba.

“Os biocombustíveis são uma resposta a essas necessidades, já há empresas que estão construindo fábricas para processá-los, assim como há outras empresas que estão comprando os volumes de uma fábrica que ainda não foi construída. É assim que o mercado se move hoje”, informou.

O especialista do IICA afirmou que nas Américas a indústria pode produzir entre 115 e 120 milhões de metros cúbicos de etanol e possui fábricas para produzir a matéria-prima necessária para os biocombustíveis.

Autoridades costarriquenhas dos setores de combustível, aviação e turismo também participaram da conferência da ALTA e do IICA. Juan Manuel Quesada, presidente executivo da refinaria de petróleo da Costa Rica (RECOPE), destacou que o setor de aviação enfrentará, no médio prazo, desafios de mudança de paradigmas e diversificação da matriz energética que implicam o desenvolvimento e adoção de novas fontes de energia. “Torna-se imperativo que os governos e o setor privado dos países das Américas se unam para desenvolver políticas públicas que estimulem a transição energética”, disse.

Já Fernando Naranjo, Diretor-Geral da Aviação Civil (DGAC) da Costa Rica, pontuou que a indústria do transporte aéreo deve procurar soluções que permitam avançar num quadro internacional de compensação e redução das emissões de dióxido de carbono.

“Esta indústria é promotora de economia, conectividade, comércio e muitas outras atividades que beneficiam os países da região, por isso é preciso encontrar uma forma de mitigar e compensar as gerações futuras”, disse Naranjo.

Nesse sentido, Alberto López, gerente geral do Instituto Costarriquenho de Turismo (ICT), acredita que “a atividade turística sustentável que a Costa Rica oferece é o resultado de políticas público-privadas aplicadas sistematicamente há muitos anos no país”.

Os participantes da Conferência de Combustíveis e Meio Ambiente da ALTA discutiram questões relacionadas aos marcos legais do setor, produção, importação e comercialização de combustíveis de aviação sustentáveis, aeroportos sustentáveis ​​e mecanismos de compensação de carbono para passageiros de companhias aéreas.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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