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Luiz Fara Monteiro
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Produção de SAF triplicará em 2024, mas são necessárias mais oportunidades de diversificação

Potencial de produção de combustível renovável pode exceder essa estimativa à medida que o interesse dos investidores em SAF cresce

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Produção de SAF triplicará em 2024, diz IATA Lucas Batista

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) anunciou que suas projeções para triplicar a produção de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) em 2024 para 1,9 bilhão de litros (1,5 milhão de toneladas) se mantém. Este número representaria 0,53% da necessidade de combustível da aviação em 2024. Para acelerar o uso do SAF, há várias medidas políticas que os governos podem adotar. “O SAF deve representar cerca de 65% da mitigação necessária para que as companhias aéreas atinjam emissões líquidas zero de carbono até 2050. Portanto, a expectativa de triplicar a produção de SAF em 2024 em relação a 2023 é animadora. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas a direção dos aumentos exponenciais está começando a ficar em evidência”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.‌‍    Produção de Combustíveis Renováveis e SAF

A produção de combustível renovável é compartilhada por muitas indústrias, e o SAF faz parte dessa produção. Por isso, aumentar a produção de combustível renovável é fundamental para aumentar o potencial do SAF.

Cerca de 140 projetos de combustível renovável com capacidade para produzir SAF foram anunciados para entrar em produção até 2030. Se todos esses projetos entrarem em produção conforme anunciado, a capacidade total de produção de combustível renovável poderá atingir 51 milhões de toneladas até 2030, com capacidade de produção espalhada por quase todas as regiões.

O potencial de produção de combustível renovável pode exceder essa estimativa à medida que o interesse dos investidores em SAF cresce. Com um típico intervalo de tempo de três a cinco anos desde o planejamento até a produção, anúncios de investimentos feitos até 2027 poderiam estar em produção até 2030. Ao mesmo tempo, também é claro que nem todos os anúncios chegam a decisões finais de investimento.

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Por meio da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), os governos estabeleceram a meta de alcançar uma redução de 5% nas emissões de CO2 da aviação internacional com o uso de SAF até 2030. Para alcançar essa meta, cerca de 27% de toda a capacidade esperada de produção de combustível renovável disponível em 2030 precisaria ser de SAF. Atualmente, o SAF representa apenas 3% de toda a produção de combustíveis renováveis.

“O interesse no SAF está crescendo e há muito potencial. Mas os planos concretos que vimos até agora estão longe de ser suficientes. Os governos estabeleceram expectativas claras para que a aviação atinja uma redução de 5% nas emissões de CO2 por meio do SAF até 2030 e alcance emissões líquidas zero de carbono até 2050. Eles agora precisam implementar políticas para garantir que as companhias aéreas possam realmente comprar SAF nas quantidades necessárias”, disse Willie Walsh.

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Possíveis Medidas de Políticas para Impulsionar a Produção de SAF

Há várias soluções em potencial para acelerar o acesso da aviação a quantidades críticas de SAF:

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  • Diversificar as matérias-primas: Cerca de 80% do SAF que deverá ser produzido nos próximos cinco anos provavelmente virá de ácidos graxos hidrogenados (HEFA): óleos de cozinha usados, gorduras animais, etc. A aceleração do uso de outras fontes e matérias-primas certificadas (incluindo resíduos agrícolas e florestais e resíduos municipais) ampliará muito o potencial de produção de SAF.
  • Coprocessamento: As refinarias existentes podem ser usadas para coprocessar até 5% das matérias-primas renováveis aprovadas juntamente com os fluxos de petróleo bruto. Essa solução pode ser implementada rapidamente e expandir substancialmente a produção de SAF. Entretanto, as políticas devem ser implementadas com urgência para facilitar avaliações consistentes do ciclo de vida.
  • Incentivos para melhorar o mix de produção nas instalações de combustíveis renováveis: As atuais instalações de combustível renovável são projetadas para maximizar a produção de diesel e muitas vezes se beneficiam de incentivos, além da demanda de longa data do transporte rodoviário. Com a transição do transporte rodoviário para a eletrificação, devem ser estabelecidas políticas para direcionar a produção para a necessidade de longo prazo do transporte aéreo por SAF. Os incentivos destinados ao SAF podem ajudar a facilitar a troca de diesel renovável por SAF, o que exige modificações mínimas nas instalações autônomas de combustível renovável existentes.
  • Incentivos para impulsionar os investimentos na produção de combustíveis renováveis: A produção de todos os combustíveis renováveis precisará aumentar rapidamente e, entre eles, a necessidade de uma parcela crescente da produção de SAF exigirá um forte apoio político. Uma dessas políticas claramente articuladas é o US Grand Challenge e os US$ 3 bilhões de investimentos que ele apoia. Créditos fiscais estáveis e de longo prazo maximizariam ainda mais a capacidade de produção de SAF, tanto nas instalações existentes quanto nas novas.

“Os incentivos para a construção de mais instalações de energia renovável, o fortalecimento da cadeia de suprimento de matérias-primas e a alocação de uma parcela maior da produção de combustível renovável para a aviação ajudariam a descarbonizar o setor. Os governos também podem facilitar as soluções técnicas com aprovações aceleradas para diversas matérias-primas e metodologias de produção, bem como o coprocessamento de matérias-primas renováveis em usinas de petróleo bruto. Nenhuma política ou estratégia isolada nos levará aos níveis necessários. Mas, usando uma combinação de todas as medidas políticas em potencial, é absolutamente possível produzir quantidades suficientes de SAF”, disse Walsh.

Apoio dos Passageiros

Uma pesquisa recente da IATA revelou um apoio público significativo ao SAF. Cerca de 86% dos viajantes concordaram que os governos devem oferecer incentivos para que as companhias aéreas usem SAF. Além disso, a grande maioria dos passageiros aéreos concorda (86%) que as principais empresas petrolíferas devem priorizar a produção de SAF.



Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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